Relembre algumas derrotas marcantes da seleção
brasileira ao longo dos campeonatos mundiais.
Principais problemas seleção enfrentou nas Copas.
Colaboração de texto: Carolina Peres/Hedgehog Os jogos do Brasil são verdadeiros feriados… e
estão chegando. As escolas fecham, os trabalhos paralisam, e todos ficam
atentos na seleção. Algo surreal que chama atenção dos estrangeiros e que
contribuiu para nos intitular como o país do futebol. Nesta época, até quem não
costuma se envolver com o esporte durante a temporada, coloca sua camisa e
torcer como se não houvesse um amanhã. As expectativas sempre são as melhores, tendo
em vista que é a única seleção que participou de todas as competições e
levantou a taça em 5 oportunidades. É comum que haja bolões entre os amigos
para adivinhar os resultados. Porém, nem sempre o resultado é aquele esperado.
Ao longo da história do Brasil nos campeonatos mundiais, a seleção sofreu
algumas quedas dolorosas que deixaram o país em prantos. Derrotas em finais e
até uma goleada vergonhosa quando ninguém esperava. Confira algumas zebras da seleção brasileira. 1950: O Maracanaço No ano de 1950, o Brasil sediou o campeonato
pela primeira vez na história. Além da seleção da casa, outras 12 também
participaram da competição. Na primeira fase, o elenco treinado por Flávio
Costa venceu México e Iugoslávia, e empatou com a Suíça. A estreia no
quadrangular final aconteceu contra Suécia, no Maracanã. O duelo terminou em
vitória brasileira por 7 a 1, com três gols de Ademir. Na sequência, o Brasil
aplicou outra goleada: 6 a 1 diante da Espanha.
O elenco estava embalado e pra lá de animado
para o mais importante confronto do torneio, assim como os torcedores, que
estavam eufóricos e aguardavam o primeiro título mundial. Afinal, os resultados
mostravam a diferença técnica entre o Brasil e as demais seleções. O ambiente
era ótimo dentro da seleção, que por sua vez, já era tratada como a campeã
tanto pela torcida, quanto pela imprensa. Porém, uma polêmica decisão dos dirigentes
mudou o clima do time.
O Brasil e as zebras.
Logo após o triunfo contra os espanhóis, a
Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF, decidiu mudar a
concentração da seleção. Os atletas foram obrigados a trocar o tranquilo e
isolado bairro de Joá, pelo agitado estádio de São Januário. Na manhã do dia 16 de julho de 1950, data da
final, a concentração foi infestada de políticos, que discursaram por horas,
acabando com o sossego de Zizinho, Baltazar, Ademir, Barbosa e companhia. No
documentário Copa de 50: Da euforia ao silêncio, produzido pela ESPN Brasil, o
goleiro Barbosa disse que os jogadores receberam apenas sanduíches de presunto
e queijo e garrafas d'água para comerem no vestiário da final. Além de todo o tumulto, Barbosa afirmou que
pouco antes do jogo, o prefeito do Rio de Janeiro Mendes de Moraes falou que o
título era obrigação, pois ele havia construído o estádio do Maracanã para
isso. E foi com esse clima pesado que o Brasil entrou em campo contra o
Uruguai. Friaça abriu o placar no primeiro tempo. O empate uruguaio foi
sacramentado por Schiaffino e a virada por meio de Ghiggia. A inesperada
derrota precisava de um culpado,e o alvo do fracasso foi Barbosa. Muitas
pessoas o apontaram como o grande vilão, afirmando que o goleiro falhou no
segundo gol. 1982 - Uma geração traumatizada É difícil encontrar uma pessoa que viveu a Copa
de 1982 e não saiu traumatizada. Na época, o Brasil colecionava 3 taças e já
era o maior campeão do mundo. Porém, os 12 anos sem ganhar o torneio, traziam
uma certa carência a um público que não conseguiu acompanhar o tricampeonato em
1970. A seleção de 1982, embora não tenha levantado o caneco, é, certamente,
uma das maiores da história de todas as Copas. O time era composto por Waldir Peres, Leandro,
Oscar, Luizinho, Junior, Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico, Serginho e Éder. Os
brasileiros ainda eram comandados por Telê Santana. Na primeira fase da
competição, o Brasil não teve dificuldades para passar. Deixou para trás, a
União Soviética, Nova Zelândia e Escócia. Na segunda fase, se encontrou logo de
cara com a Argentina de Diego Maradona, e eliminou os hermanos pelo placar de 3
a 1. Com esses jogos tranquilos, e uma escola de
futebol dentro das 4 linhas, o mundo colocava o Brasil como o favorito ao
título. As bandeiras decoravam as ruas do país para o povo festejar. Mas pela
frente o Brasil tinha a forte seleção da Itália, que contou com uma atuação
brilhante de Paolo Rossi. O atleta marcou 3 gols na vitória italiana por 3 a 2.
Com uma das melhores seleções de sua história, a Copa de 1982 ficou marcada pela
frustração de uma geração. 2014: O fatídico 7 a 1 Depois de mais de 60 anos de espera, o Brasil
foi escolhido para receber mais um campeonato. Ao invés de 12 seleções, como na
primeira edição realizada no país, 32 seleções desembarcam em território brasileiro
para a disputa do torneio. Anos antes da Copa, em novembro de 2012, a
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou Luiz Felipe Scolari como o
novo comandante da seleção. Felipão, o técnico do penta em 2002, chegou junto
ao auxiliar Carlos Alberto Parreira, treinador do tetra. O anúncio dividiu opiniões, parte da imprensa
afirmou que a comissão era ultrapassada. Mesmo assim, os dirigentes da CBF
deram carta branca a Felipão e companhia para convocar, organizar e planejar
tudo na seleção. Outra parte apoiou o trabalho do treinador. Mas isso não é
novidade, escolhas de técnicos e convocações sempre causam polêmicas. Assim, o Brasil iniciou a preparação para a
Copa. A grande diferença das edições anteriores foi a ausência das
eliminatórias. Afinal, todas as seleções precisam disputar as eliminatórias,
exceto o país sede. No período, o selecionado jogou apenas duas competições
oficiais: Copa América de 2011 e Copa das Confederações de 2013. Felipão esteve
presente apenas na segunda, que reúne campeões continentais e o país sede da
próxima Copa. O torneio de tiro curto envolveu Brasil,
Espanha, Itália, Uruguai, Japão, Nigéria e Taiti. O desempenho agradou
bastante, com direito a 4 a 2 contra a Itália e um histórico 3 a 0 diante da
Espanha na final. O título veio e a maravilhosa exibição na decisão embalou a
seleção até a Copa, dando a impressão que o Brasil estava na ponta dos cascos
para a Copa. Felipão e sua comissão tiveram tranquilidade para trabalhar. Com isso, o Brasil chegou ao torneio como
favorito ao título. Não apenas pela conquista da Copa das Confederações em
2013, mas também por ser anfitrião da Copa. Para muitos, não tinha como o
Brasil ficar sem o troféu. Na fase de grupos, a seleção passou sem dificuldades
por México, Croácia e Camarões. Porém, sem grandes aparições. Neymar era o
craque, todas as jogadas passavam pelos pés do camisa 10. Ele era a referência
dentro de campo. A seleção quase caiu nas oitavas,decidindo a
vaga nos pênaltis contra o Chile. Passou da Colômbia nas quartas graças ao
golaço de David Luiz. E chegou às semis sem encantar. Na tarde de 14 de julho
de 2014, o Brasil entrou em campo para enfrentar a Alemanha no Mineirão com a
seguinte formação: Julio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz
Gustavo, Fernandinho, Bernard, Oscar e Hulk; Fred. Como todos sabem, o duelo terminou em 7 a 1
para os alemães. Aquela foi a pior derrota do Brasil na história das Copas.
Além da goleada inédita, tratava-se de uma Copa realizada em território
brasileiro. Ou seja, os donos da casa foram eliminados de uma forma vergonhosa. O que também chamou a atenção foi o desempenho
dos jogadores. O Brasil estava completamente perdido diante do poderio da
Alemanha. Nada deu certo naquele dia. No entanto, é difícil exigir dos atletas
boas atuações com uma direção e comissão técnica desorganizada. O vexame mostrou que o futebol brasileiro
precisava, e ainda precisa, passar por grandes mudanças. Mostrou que o Brasil
parou no tempo, lembrando apenas do passado, mas se esquecendo do futuro.
Gabriella Simões fez Fotografia Digital no Sesc e é associada a Arfoc/Brasil através da Arfoc/BA. Miguel Brusell é formado em Comunicação Social na UFBA, tem pós em Gestão de Informações para Multimeios na FTC e bloga desde 2003.
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Gabriella Simões fez Fotografia Digital no Sesc e é associada a Arfoc/Brasil através da Arfoc/BA. Miguel Brusell é formado em Comunicação Social na UFBA, tem pós em Gestão de Informações para Multimeios na FTC e bloga desde 2003. Mais informações →
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