A irmã de Gabriel Medina venceu a bateria que
fechou a sexta-feira, Laura Raupp confirma vaga no Challenger Series e segue na
busca do bi, Michael Rodrigues e Wesley Leite fazem novos recordes na Praia
Mole.
Colaboração
de texto: João Carvalho/Gabriel Gontijo/©WSL
Foto: Marcio David/LayBack Pro
A jovem irmã do tricampeão mundial, Sophia
Medina, é a nova campeã sul-americana da temporada 2021/2022 da World Surf
League Latin America. O título foi confirmado com sua classificação para as
quartas de final do LayBack Pro apresentado pela Prefeitura de Florianópolis,
na bateria que fechou a sexta-feira de boas ondas na Praia Mole. A catarinense
Laura Raupp já havia tirado a maior nota do dia entre as meninas, para seguir
na busca do bicampeonato nesta etapa que estreou em 2021. E novos recordes
foram registrados por Michael Rodrigues e Wesley Leite na categoria masculina.
O show de surfe continua neste sábado, a partir das 8h00 ao vivo de
Florianópolis pelo WorldSurfLeague.com.
“Nem sei o que falar, porque a ficha não caiu
ainda, mas estou muito feliz”, vibrou Sophia Medina. “Eu nem sabia que seria
campeã sul-americana se passasse essa bateria, então foi emocionante. Mas, toda
honra e toda a glória para Deus, porque sem Ele eu não estaria aqui. Eu sempre
falo que a gente não merece nada, mas eu pude treinar para colher todo o fruto
do meu trabalho, junto com o meu pai, minha mãe, com o Juca, minha família
toda. Agradeço aos meus patrocinadores por acreditarem em mim e agora vamos
rumo ao Challenger”.
Sophia tem apenas 16 anos de idade e repetiu
até mais jovem, o feito do seu irmão, Gabriel Medina, que conquistou o primeiro
dos seus dois títulos sul-americanos de surfe profissional em 2011, com 17
anos. O primeiro lugar no ranking 2021/2022 da WSL Latin America, foi
confirmado com a passagem para as quartas de final do LayBack Pro apresentado
pela Prefeitura de Florianópolis. Com os 500 pontos já garantidos no ranking,
atingiu imbatíveis 4.000 pontos, somando com os mesmos 500 pontos do quinto
lugar na Praia Mole em 2021 e os 3.000 da vitória na etapa de Saquarema.
Ela dominou toda a sua bateria, que fechou a
sexta-feira de chuva e céu nublado em Florianópolis, mas com boas ondas na
Praia Mole. Sophia já largou na frente com notas 4,33 e 6,17 nas primeiras que
surfou. Depois, conseguiu um 6,57 para totalizar 12,74 pontos. A cearense Yanca
Costa ficou com a última vaga para as quartas de final, eliminando a paranaense
Gabriely Vasque e a paulista Isabela Saldanha. A meta da campeã sul-americana
agora é fechar a temporada com vitória na Ilha de Santa Catarina.
“Estou muito empolgada com essa conquista, mas
agora é colocar a cabeça no lugar, pôr o pezinho no chão, porque esse foi só o
começo desse campeonato”, disse Sophia Medina. “É preciso focar bateria por
bateria, porque tem algumas baterias ainda pra passar até a final. Com certeza,
o objetivo num campeonato é sempre ganhar, então tem um longo caminho ainda e,
se Deus quiser, vai dar tudo certo”.
Quem também tem o mesmo objetivo é a defensora
do título do LayBack Pro apresentado pela Prefeitura de Florianópolis. A
catarinense Laura Raupp iniciou sua carreira profissional com vitória em sua
primeira etapa do WSL Qualifying Series, com apenas 15 anos de idade. Ela não
começou bem sua bateria na sexta-feira, mas achou uma boa onda para mostrar a
potência do seu surfe e conseguir a maior nota do dia entre as meninas, 8,00.
Com ela, saiu do último para o primeiro lugar e já garantiu sua classificação
para o Challenger Series 2022, com a passagem para as quartas de final.
Junto com ela, estreou uma concorrente direta
por vaga, Arena Rodriguez Vargas. A peruana ocupava a terceira posição no
ranking regional da WSL Latin America, que indica quatro surfistas para a
divisão de acesso a elite do World Surf League Championship Tour. Laura era a
quarta colocada e já ultrapassou a peruana, que acabou eliminada pela cearense
Juliana Santos. Arena agora pode perder a última vaga para o Challenger Series,
caso a brasileira Summer Macedo chegue na grande final do LayBack Pro em
Florianópolis.
“Estou muito feliz, tanto pelo resultado, como
pela onda que consegui achar na bateria”, disse Laura Raupp. “Estava muito
difícil, porque não vinha onda pra mim e todas as meninas estavam pegando
ondas, fazendo notas. Daí me afastei um pouco delas, fui mais pra direita e
graças a Deus veio a onda. Aí consegui fazer uma manobra com potência e estou
mega feliz por passar essa primeira bateria. Eu estava muito nervosa, mas agora
é se preparar para amanhã”.
As quartas de final femininas do LayBack Pro
apresentado pela Prefeitura de Florianópolis serão realizadas neste sábado. A
primeira bateria será entre a bicampeã sul-americana de 2019 e 2020/2021,
Daniella Rosas, do Peru, e a cearense Juliana Santos. Laura Raupp disputa a
segunda vaga nas semifinais, com a também catarinense Kiany Hyakutake. Na
bateria seguinte, a cearense Yanca Costa enfrenta outra catarinense, Maya
Carpinelli. E a última é a da nova campeã sul-americana, Sophia Medina, com a
concorrente pela última vaga para o Challenger Series, Summer Macedo, que
sempre morou no Havaí e é filha de pais brasileiros.
Novos
recordes – Antes das meninas competirem na sexta-feira, os
homens comandaram o show nas ondas da Praia Mole, registrando novos recordes na
história do LayBack Pro em Florianópolis. O cearense Michael Rodrigues aumentou
seu próprio recorde de pontos do ano passado, de 16,30 para 16,33. Ele igualou
a nota 9,00, que foi a maior de 2021, com um aéreo “full rotation stalefish”
incrível de frontside, colocando a mão de trás na borda da prancha.
“Eu quase não acerto esse aéreo no freesurf,
mas na hora estava bem confortável pra arriscar a manobra e deu certo”, disse
Michael Rodrigues. “Eu estou tranquilão, já classificado para o Challenger
Series que era a principal meta e fiquei a semana passada inteira sem surfar,
fazendo toda a logística de viagem para a Austrália. Esse evento vou aproveitar
bem mais do que o do ano passado, que eu precisava muito de um bom resultado.
Eu moro aqui há mais de 10 anos, surfo quase todos os dias na Praia Mole e
espero bater mais recordes de novo”.
Michael Rodrigues só tinha perdido uma das seis
baterias que disputou na Praia Mole em 2021, justamente a grande final do
campeonato, para o paulista Eduardo Motta. O defensor do título acabou
eliminado em sua estreia no LayBack Pro apresentado pela Prefeitura de
Florianópolis, pelos também paulistas Ryan Kainalo e Kim Matheus. Michael agora
pode tentar a vitória que escapou no ano passado, mas seu recorde de nota já
foi batido na bateria seguinte à da sua estreia na sexta-feira, por outro
paulista, Wesley Leite.
Assim como Michael Rodrigues, Wesley já está
garantido na lista dos dez surfistas que o ranking da WSL Latin America
classifica para o Challenger Series, único caminho para se chegar na elite do
World Surf League Championship Tour. Wesley acertou um aéreo muito alto de
frontside com a mão na borda numa esquerda, com grande amplitude e fazendo um
giro rápido na aterrissagem. Um dos cinco juízes deu nota 10 para a manobra e a
média ficou 9,10, a maior das duas edições do LayBack Pro até agora.
“Eu venho treinando muito, estou aqui na Mole
surfando há mais de 1 mês, treinando como nunca. Já consegui minha vaga pro
Challenger Series, então é um sonho realizado e vou com tudo, com muita garra,
porque nunca foi nada fácil na minha vida”, disse Wesley Leite. “Eu treino
bastante os aéreos e estou feliz porque agora tenho um patrocinador de bico, a
Freesurf, que dá uma motivação a mais. Estou amarradão com tudo e dedico isso
ao meu irmão, minha família, amigos, patrocinadores e à Deus, por poder estar
vivendo esse sonho”.
Vagas
no Challenger Series – A batalha pelas últimas vagas para o
Challenger Series 2022 foi intensa durante toda a sexta-feira na Praia Mole. Na
lista dos dez nomes indicados pelo ranking regional da WSL Latin America, sete
já estão definidos, Willian Cardoso, Eduardo Motta, Alex Ribeiro, Michael
Rodrigues, Wesley Leite, Marco Fernandez e Raoni Monteiro. Além deles, Robson
Santos, Matheus Navarro e Santiago Muniz, chegaram em Florianópolis dentro do
G-10, defendendo as três últimas vagas contra 14 surfistas com chances
matemáticas.
Robson Santos e o último colocado na lista,
Santiago Muniz, estrearam na segunda bateria do dia e já tiraram um concorrente
da briga, Daniel Templar. Santiago é irmão mais jovem do ex-top do CT, Alejo
Muniz, que mais tarde também foi eliminado e saiu da disputa por vaga no
Challenger Series 2022. “Toda bateria é importante e essa primeira do
campeonato, sempre tem aquela ansiedade”, disse Santiago Muniz, após a estreia
com vitória. “Graças a Deus, consegui pegar duas ondas pra avançar e vamo que
vamo, porque tem bastante coisa ainda para acontecer até domingo”.
Na bateria que Wesley Leite conseguiu a maior
nota da história do LayBack Pro até agora, tinham mais dois concorrentes
diretos por vagas no Challenger Series e somente um passou, o paulista Jessé
Mendes. O baiano Bino Lopes foi barrado e saiu da briga pela classificação para
o Challenger Series 2022. Jessé é o 11.o colocado na lista dos 10 indicados
pelo ranking regional da WSL Latin America e quatro que estão atrás dele já
haviam avançado, Thiago Camarão, José Francisco, Ryan Kainalo e o argentino
José Gundesen.
“Sem dúvidas, é um evento superimportante não
só pra mim, como para mais uns dez que estão ali no bololô da classificação pro
Challenger Series”, disse Jessé Mendes. “O Santiago (Muniz) passou a bateria
dele de manhã, o Thiago Camarão, o José Gundesen, o José Francisco também.
Enfim, eu sabia que o mínimo que eu tinha que fazer era passar, senão já estava
fora da briga. Agora o foco é pra próxima, porque eu tenho que passar mais
baterias. Tem muita gente boa para poucas vagas, então tenho que seguir
avançando”.
A batalha da classificação para o Challenger
Series 2022 prossegue neste sábado na Praia Mole. Santiago Muniz defende a
última vaga no G-10 na primeira bateria do dia. Robson Santos está na segunda
com um concorrente direto, José Gundesen, além de um dos destaques da
sexta-feira, Mateus Herdy. E Matheus Navarro, que divide a última posição no
G-10 com Santiago Muniz, enfrentará os recordistas da história do LayBack Pro,
Michael Rodrigues e Wesley Leite, na penúltima bateria desta quinta fase.
Sophia Medina carrega por Charles, após a conquista do título. |
Foto: Marcio David/LayBack Pro
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