O novo líder do ranking derrotou dois
australianos no domingo, Tyler ganhou o duelo de campeãs mundiais com Carissa
Moore, Ambos nunca tinham vencido o troféu mais desejado pelos surfistas.
Colaboração
de texto: João Carvalho/Gabriel Gontijo/©WSL
Colaboração de foto: Sloane
O novo líder do ranking mundial, Filipe Toledo,
e a australiana Tyler Wright, viveram pela primeira vez a sensação única de
badalar o sino do troféu da vitória no Rip Curl Pro Bells Beach, no domingo de
praia lotada na Austrália. Tyler ganhou o título no confronto de campeãs
mundiais com Carissa Moore e Filipe derrotou um novato na elite deste ano,
Callum Robson. Ele já tinha garantido a primeira posição no World Surf League
Championship Tour 2022 no sábado e o australiano saltou do 15.o para o sexto
lugar, com o vice-campeonato na sua estreia em Bells Beach.
“Quero parabenizar a WSL, porque tivemos
momentos difíceis, campeonatos cancelados, num ano que o mundo parou, mas
trabalharam duro para voltar o circuito no ano passado e agora aqui para Bells.
É muito poder estar aqui nesse lugar especial, com muita história e eu não
poderia estar mais feliz com esse presente”, disse Filipe Toledo, que pegou o
troféu do Rip Curl Pro Bells Beach para badalar o sino com muita força e
felicidade. Ele completou 27 anos de idade no sábado, quando assumiu a
liderança no ranking da temporada 2022.
O troféu do evento mais tradicional do Circuito
Mundial, é um dos mais desejados por todos. Filipe Toledo é o quarto surfista
do Brasil, a ter o seu nome escrito nos degraus da escada que sobe da praia até
o alto do penhasco de Bells, onde estão homenageados todos os campeões e
campeãs da longa e rica história do Rip Curl Pro Bells Beach. A primeira
vitória foi de Silvana Lima em 2009. Depois, os campeões mundiais Adriano de
Souza e Italo Ferreira também badalaram o sino em 2013 e em 2018,
respectivamente.
Essa foi a quarta final seguida com um
brasileiro disputando o título em Bells Beach. Antes de Italo ganhar em 2018,
Caio Ibelli tinha sido vice-campeão contra o sul-africano Jordy Smith em 2017.
E Filipe também perdeu a última decisão em 2019, para o havaiano John John
Florence. A derrota foi devidamente vingada no novo confronto entre eles, pelas
quartas de final no sábado. Essa foi, também, a segunda final consecutiva de
Filipe Toledo em 2022, pois decidiu o título da etapa de Portugal, vencido pelo
californiano Griffin Colapinto.
Ainda no pódio, Filipe foi perguntado sobre a
reedição da final de 2019 com John John Florence: “Sim, todo mundo estava
esperando essa bateria, mas eu me preparei mentalmente para vir com tudo pra
vencer. Eu estava muito confiante em surfar o meu melhor em cada onda. Na
verdade, eu orei bastante antes da bateria, pedindo a Deus para me mandar a
primeira onda e minhas preces foram atendidas. Veio aquela onda incrível (9,63)
e eu ganhei mais confiança para o restante da bateria”.
A 11.a vitória na 16.a final da sua carreira em
etapas do World Surf League Championship Tour, foi como um presente de
aniversário para Filipe. Ele completou 27 anos de idade no sábado, quando tirou
a liderança do ranking do japonês Kanoa Igarashi. Agora, vai defender o título
da próxima etapa, que começa no dia 24 na Austrália, vestindo a lycra amarela
de número 1 da World Surf League. No ano passado, ele e Tatiana Weston-Webb
fizeram uma dobradinha brasileira no alto do pódio do Margaret River Pro.
Finais
em Rincon – As finais do Rip Curl Pro Bells Beach 2022
aconteceram em Rincon, que fica mais a direita do palco principal, o Bowl de
Bells. Em Rincon, as ondas são mais rápidas, favorecendo o surfe de alta
performance, como o de Filipe Toledo. Mas, as condições estavam difíceis no
domingo, com muito vento agindo negativamente na formação das direitas de 3-4
pés e deixando o mar mexido, balançando bastante. O evento chegou a ficar
parado por cerca de 3 horas, para aguardar que as ondas melhorassem para
decidir os títulos.
Filipe Toledo pegou a primeira e começou com
uma rasgada grande, seguida por uma batida passando a rabeta do lip da onda e
seguiu fazendo rasgadas, tail slides, manobrando sem parar até a beira do mar.
Callum Robson entra na onda de trás e manobra forte na borda também, mas cai no
meio do caminho. A nota do Filipe sai 6,00 e o australiano recebe 5,17. Na
segunda onda, Filipe usa seu repertorio de manobras inovadoras e progressivas,
com batidas, rasgadas, voa num alley-oop, segue atacando e finaliza com um
aéreo reverse.
Os juízes dão 8,17 nessa onda, que abre 9,00
pontos de vantagem sobre Callum. Faltando 15 minutos, o australiano surfa forte
de novo e volta para a briga com 7,77. Filipe vem na onda de trás, faz uma
série de cutbacks, acelera e completa outro aéreo rodando mais alto, para
trocar o 6,00 por 6,57. O australiano fica precisando de 6,98, mas falha nas
chances que teve para conseguir a vitória e a bateria termina com vitória
brasileira por 14,74 a 12,94 pontos.
“Eu levei 9 anos para finalmente badalar esse
sino e o Callum (Robson) já chegou tão próximo no seu primeiro ano, então ele
pode esperar um pouco mais né”, brincou Filipe Toledo. “Infelizmente, a final
não foi no Bowl, mas em Rincon e tinha muito vento, tava bem difícil. Mas foi
divertido, porque deu para surfar umas ondas boas ainda. Quero agradecer a todo
o meu time, porque sem eles eu não estaria aqui e parabenizar todos os
surfistas que chegaram nesse dia final”.
Semifinais
–
Nas semifinais, Filipe enfrentou outro australiano numa bateria de poucas
ondas. A primeira só foi surfada após 12 minutos e pelo brasileiro. Ele já
mostrou que ia usar manobras inovadoras nessa condição de mar e voou em dois
aéreos rodando na mesma onda, que valeram nota 6,00. Logo, ele pega outra para
tentar o giro completo no ar e até consegue, porém cai na aterrissagem. Filipe
então decide mudar de prancha e pede outra para sua equipe, então pega mais uma
onda e dessa vez usa a borda, fazendo uma série de batidas e rasgadas, até sair
do mar para trocar o equipamento.
A bateria já chegava nos 15 minutos finais, sem
Ethan Ewing surfar nenhuma onda. Filipe está na areia, quando é divulgada nota 4,73
na sua última onda. Com ela, atingiu 10,73 pontos e o australiano já não
poderia vencê-lo em uma única nota, teria que surfar duas nos últimos 10
minutos. O tempo vai passando e, enfim, Ethan pega sua primeira onda, há 6
minutos do fim. Era pequena, mas ele sai da “combination” com nota 3,43 e passa
a precisar de 7,30. Mas, a bateria acaba, com Filipe Toledo avançando para sua
segunda final consecutiva em Bells.
As condições estavam tão deterioradas, que a
segunda semifinal foi adiada para uma nova chamada as 11h00 em Bells Beach,
22h00 do sábado no Brasil. Ainda ficou mais 1h00 esperando melhorar as
condições e a competição retornou as 12h00 em Rincon, mais à direita do Bowl de
Bells. As ondas continuavam pequenas, bem mexidas, com vento terral forte
agindo na formação. Mas, com séries mais constantes e Callum Robson ganha o
duelo australiano com Jack Robinson, por uma pequena vantagem de 11,86 a 11,50
pontos.
Decisão
feminina - A decisão feminina começou em seguida. O vento acalmou e
as condições melhoraram, com Tyler Wright logo pegando uma onda abrindo uma
longa parede, que foi detonada por uma série interminável de manobras, já
começando com uma nota excelente, 8,93. Era a décima final entre ela e Carissa
Moore em etapas do CT. A havaiana tinha vencido sete, duas delas em Bells
Beach, em 2013 e 2014. Mas, a australiana ganhou as duas últimas, em 2016 na
ilha de Maui e em 2021, na primeira final de CT feminino em Pipeline, na etapa
que começou também em Maui.
No domingo, a bicampeã mundial não deu qualquer
chance para a pentacampeã e nova líder do ranking 2022. Tyler foi aumentando a
vantagem a cada onda, até sacramentar a 15.a vitória da sua carreira, com uma
nota 8,00 em outra destruída pela força das suas batidas e rasgadas. A torcida
que lotou a praia, vibrou intensamente e ela foi carregada pelos irmãos Owen e
Mikey Wright após sair do mar, com seu primeiro título de campeã do Rip Curl
Pro Bells Beach.
“Eu ganhei dois títulos mundiais, mas esta
vitória parece tão grande quanto eles. Era o único evento que eu realmente
sempre quis vencer e aqui estou eu, muito feliz”, disse Tyler Wright. “Já venho
competir aqui, descendo essas escadas há 12 anos, para conseguir a vitória com
toda minha família aqui, então estou me sentindo na lua agora. Foram 4 longos
anos para me recuperar (síndrome pós-viral) e nunca me senti tão forte. Muitas
vezes, pensei em desistir. Mas, trabalhei muito para estar aqui e agradeço por
todo apoio, amor e cuidado que tive de tantas pessoas”.
Semifinais
–
Tyler impediu que Carissa Moore igualasse o tetracampeonato que só duas
surfistas conseguiram no Rip Curl Pro Bells Beach, desde o início do Circuito
Mundial Feminino em 1977, a norte-americana Lisa Andersen e a australiana
Stephanie Gilmore. Nas semifinais, Tyler tinha vencido outra tricampeã,
Courtney Conlogue. Já Carissa, ganhou um confronto direto pela liderança do
ranking com Brisa Hennessy. A surfista da Costa Rica estava na frente desde a
sua vitória na etapa de Sunset Beach, no Havaí.
A atual campeã mundial e Filipe Toledo, vão
vestir a lycra amarela na próxima etapa, com o brasileiro defendendo o título
do Margaret River Pro, que começa no dia 24, com prazo até 4 de maio para ser
encerrado na Austrália. Neste evento, vai acontecer o corte na elite. Apenas os
22 primeiros colocados no ranking masculino e as 10 melhores do feminino,
ficarão para competir na segunda metade da temporada e com suas vagas
garantidas no CT 2023. Os 13 primeiros do ranking masculino, já estão com seus
nomes confirmados na lista.
ÚLTIMO DIA DO RIP CURL PRO BELLS BEACH 2022:
DECISÃO DO TÍTULO MASCULINO:
Campeão: Filipe Toledo (BRA) por 14,74 pts (8,17+6,57) - US$ 100.000 e 10.000 pts
Vice-campeão: Callum Robson (AUS) com 12,94 pts (7,77+5,17) - US$ 45.000 e 7.800 pts
SEMIFINAIS – 3º lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1.a: Filipe Toledo (BRA) 10,73 x 4,10 Ethan Ewing (AUS)
2.a: Callum Robson (AUS) 11,86 x 11,50 Jack Robinson (AUS)
DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Tyler Wright (AUS) por 16,93 pts (8,93+8,00) - US$ 100.000 e 10.000 pts
Vice-campeã: Carissa Moore (HAV) com 10,57 pts (5,77+4,80) - US$ 45.000 e 7.800 pts
SEMIFINAIS – 3º lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1ª) Tyler Wright (AUS) 14,23 x 13,90 Courtney Conlogue (EUA)
2ª) Carissa Moore (HAV) 14,50 x 13,77 Brisa Hennessy (CRI)
TOP-22 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR – 4 etapas:
1º) Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2º) Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
3º) John John Florence (HAV) – 16.905
4º) Kelly Slater (EUA) – 15.980
4º) Barron Mamiya (HAV) – 15.980
6º) Callum Robson (AUS) – 15.770
7º) Italo Ferreira (BRA) – 15.480
8º) Ethan Ewing (AUS) – 14.830
8º) Caio Ibelli (BRA) – 14.830
10º) Miguel Pupo (BRA) – 14.415
11º) Seth Moniz (HAV) – 14.140
12º) Griffin Colapinto (EUA) – 13.990
13º) Jack Robinson (AUS) – 13.490
14º) Jordy Smith (AFR) – 12.715
14º) Kolohe Andino (EUA) – 12.715
16º) Connor O´Leary (AUS) – 11.290
16º) Nat Young (EUA) – 11.290
18º) Jake Marshall (EUA) – 10.725
18º) Samuel Pupo (BRA) – 10.725
20º) Jackson Baker (AUS) – 9.300
21º) Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
21º) Lucca Mesinas (PER) – 8.735
-----------outros sul-americanos:
25º) João Chianca (BRA) – 7.310 pontos
28º) Deivid Silva (BRA) – 6.245
28º) Jadson André (BRA) – 6.245
36º) Miguel Tudela (PER) – 1.330
41º) Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41º) Yago Dora (BRA) – 1.060
TOP-10 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022 – 4
etapas:
1ª) Carissa Moore (HAV) – 24.295 pontos
2ª) Tyler Wright (AUS) – 23.440
2ª) Brisa Hennessy (CRI) – 23.440
4ª) Lakey Peterson (EUA) – 19.105
5ª) Johanne Defay (FRA) – 18.980
6ª) Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
7ª) Malia Manuel (HAV) – 17.765
8ª) India Robinson (AUS) – 14.710
9ª) Stephanie Gilmore (AUS) – 14.485
9ª) Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
Tyler Wright e Filipe Toledo com o troféu em Bells Beach. |
Colaboração de foto: Sloane
DECISÃO DO TÍTULO MASCULINO:
Campeão: Filipe Toledo (BRA) por 14,74 pts (8,17+6,57) - US$ 100.000 e 10.000 pts
Vice-campeão: Callum Robson (AUS) com 12,94 pts (7,77+5,17) - US$ 45.000 e 7.800 pts
SEMIFINAIS – 3º lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1.a: Filipe Toledo (BRA) 10,73 x 4,10 Ethan Ewing (AUS)
2.a: Callum Robson (AUS) 11,86 x 11,50 Jack Robinson (AUS)
DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Tyler Wright (AUS) por 16,93 pts (8,93+8,00) - US$ 100.000 e 10.000 pts
Vice-campeã: Carissa Moore (HAV) com 10,57 pts (5,77+4,80) - US$ 45.000 e 7.800 pts
SEMIFINAIS – 3º lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos:
1ª) Tyler Wright (AUS) 14,23 x 13,90 Courtney Conlogue (EUA)
2ª) Carissa Moore (HAV) 14,50 x 13,77 Brisa Hennessy (CRI)
TOP-22 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR – 4 etapas:
1º) Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2º) Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
3º) John John Florence (HAV) – 16.905
4º) Kelly Slater (EUA) – 15.980
4º) Barron Mamiya (HAV) – 15.980
6º) Callum Robson (AUS) – 15.770
7º) Italo Ferreira (BRA) – 15.480
8º) Ethan Ewing (AUS) – 14.830
8º) Caio Ibelli (BRA) – 14.830
10º) Miguel Pupo (BRA) – 14.415
11º) Seth Moniz (HAV) – 14.140
12º) Griffin Colapinto (EUA) – 13.990
13º) Jack Robinson (AUS) – 13.490
14º) Jordy Smith (AFR) – 12.715
14º) Kolohe Andino (EUA) – 12.715
16º) Connor O´Leary (AUS) – 11.290
16º) Nat Young (EUA) – 11.290
18º) Jake Marshall (EUA) – 10.725
18º) Samuel Pupo (BRA) – 10.725
20º) Jackson Baker (AUS) – 9.300
21º) Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
21º) Lucca Mesinas (PER) – 8.735
-----------outros sul-americanos:
25º) João Chianca (BRA) – 7.310 pontos
28º) Deivid Silva (BRA) – 6.245
28º) Jadson André (BRA) – 6.245
36º) Miguel Tudela (PER) – 1.330
41º) Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41º) Yago Dora (BRA) – 1.060
1ª) Carissa Moore (HAV) – 24.295 pontos
2ª) Tyler Wright (AUS) – 23.440
2ª) Brisa Hennessy (CRI) – 23.440
4ª) Lakey Peterson (EUA) – 19.105
5ª) Johanne Defay (FRA) – 18.980
6ª) Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
7ª) Malia Manuel (HAV) – 17.765
8ª) India Robinson (AUS) – 14.710
9ª) Stephanie Gilmore (AUS) – 14.485
9ª) Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
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