Equipe vai finalizar a preparação em Hamamatsu;
ansiedade começa a chegar para os atletas, que tiveram dois meses de preparação
para a Olimpíada.
Colaboração
de texto e foto: Nelson Ayres/Claudia Mendes/Marcio
Menezes/CBMT
Depois de dois meses de preparação, a Seleção
masculina viajou nesta segunda-feira (12) para Hamamatsu, no Japão. Lá, o grupo
realiza o último período de treinamentos antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio e
vai aproveitar para entrar no clima dos Jogos. A menos de 15 dias para o início
da competição, o ambiente da delegação, segundo os próprios integrantes, é de
“coragem”, “evolução” e “magia”, em busca do “melhor resultado possível” para o
Brasil.
Da Alemanha, seguiram os atletas Eric Jouti,
Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano e Vitor Ishiy. O consultor técnico da CBTM e
técnico de Calderano, Jean-René Mounié, e o fisioterapeuta Mikael Simon
partiram da França. Francisco Arado, o Paco, técnico da Seleção masculina,
viajou no domingo, diretamente do Brasil. Conforme passam os dias, aumenta a
ansiedade e a vontade dos atletas de sentir o ambiente olímpico. Para Eric
Jouti e Vitor Ishiy, essa vontade é ainda mais especial, já que a dupla terá
sua primeira experiência em uma Olimpíada. A chegada a Hamamatsu é o primeiro
passo para esse sentimento - é lá que o grupo vai se ambientar com o fuso
horário e o clima japonês, a cerca de 250 quilômetros da capital do país.
Por isso, cada etapa, neste momento, é
especial. Inclusive com tarefas simples e que fazem parte da rotina dos
atletas, como arrumar as malas antes de viajar para competir. Para Ishiy, a
raquete é o elemento tratado com maior carinho e que não podia ter ficado de
fora, de jeito nenhum, de sua bagagem. Já Eric Jouti, preferiu começar a se preparar
mentalmente enquanto se organizava, antes da viagem desta segunda-feira. “O que
não faltou na mala para Tóquio foi uma dose de coragem e ousadia para competir
em um torneio tão grandioso como esse”, destacou o atleta.
Para ele, a ansiedade já começou a bater à
porta. Antes do embarque, Jouti contou como se sente e o que espera da
competição. “Sentimento é de friozinho na barriga por ser a minha primeira
Olimpíada adulta, vai ser uma sensação diferente, única. Também estou muito
animado por fazer parte desse time e espero que possamos ter um resultado além
do esperado”, projetou.
Vitor Ishiy também comemorou o momento da
Seleção, apesar das restrições impostas pela pandemia da Covid-19. O atleta
lamentou não poder viajar em conjunto com outras delegações do Brasil, mas
destacou a importância das últimas semanas de treinamento. “Foi muito bom,
senti uma evolução em cada período e é bom terminar me sentindo assim”, disse.
Ambiente
mágico
O consultor técnico Jean-René Mounié também
ressaltou o que foi construído pela Seleção em cerca de dois meses de
treinamentos na Europa, antes da viagem ao Japão. Para ele, o momento é “muito
especial” e a delegação carrega uma “representação mental totalmente diferente
do que estamos acostumados”.
“Há um tipo de magia. Todos nós gostamos do
Brasil e de nossa modalidade, é um momento em que os atletas podem brilhar para
representar o país e o tênis de mesa. Meu sentimento é de sair de casa com uma
missão bem clara: ajudar o Brasil a obter o melhor resultado possível”, afirmou.
Mounié também disse estar “bem satisfeito” com
o trabalho de Hugo Calderano, Gustavo Tsuboi, Eric Jouti e Vitor Ishiy. Segundo
ele, o grupo é sério e profissional, treinou forte e com qualidade regularmente
e contou com o suporte de uma equipe inteira.
A rotina de viagens, com sua experiência, já
não é mais algo que assusta. Antes do embarque, o técnico contou que fez
questão de colocar alguns livros em sua bagagem para o período de um mês no
Japão. “Estou realmente acostumado a viajar”, contou. Ainda assim, o momento
mais difícil para o treinador é deixar a família.
“O embarque sempre é um sentimento paradoxal,
sinto uma pontada no coração por deixar minha família, meus filhos, mas também
uma emoção particular e fantástica que gera muita energia e sonhos ao alcance
da raquete”, afirmou Mounié.
Hugo, Eric, Gustavo e Vitor, em Munique, antes do embarque. |
Menezes/CBMT
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