A prática tem se tornado cada vez mais comum
para perda de peso. Mas ela é realmente eficaz?
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Endocrinologista e Metabologista, Dr. Igor Barcelos. |
Colaboração de texto e foto: Carolina Lara/Lara Comunicação
Muito comentado nos últimos tempos, o jejum
intermitente causa polêmica e traz opiniões controversas. A série documental da
Netflix chamada “A Indústria da Cura” abordou, recentemente, um episódio
inteiro para falar sobre seu uso e riscos quando a ferramenta não é aplicada da
maneira correta. A estratégia para perda de peso possui defensores ferrenhos,
mas causa dúvidas a respeito de eficácia e efeitos colaterais.
“A controvérsia já começa no fato de que
existem muitos modelos de jejum intermitente (jejum tempo restrito, modelo com
jejum total, alternância entre dias livres com dieta de 500kcal, entre outros).
Cada um tem sua particularidade e há pessoas que acham mais fácil seguir planos
como esse do que uma restrição calórica monótona todos os dias. Porém, a adesão
com jejum intermitente é, na média, mais baixa que com dietas tradicionais”,
explica o endocrinologista e metabologista Igor Barcelos, especializado pela
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Ele ressalta que muitos defensores dizem que o
jejum aumenta o gasto energético por conta da diminuição acentuada de insulina
(cetogênese), mas que há evidências de que o fato não ocorre nos humanos, uma
vez que o corpo leva muito mais tempo para deixar a cetose se instalar do que
as 16 horas que alguns preconizam.
Em resumo, se uma pessoa decide realizar o
procedimento, o que leva ao emagrecimento é muito mais a restrição calórica,
que pode ser alcançada de maneira saudável com uma dieta indicada por
especialista. “Se, mesmo assim, o jejum intermitente faz sentido para você, ele
pode ser uma modalidade a ser aplicada no seu caso, mas lembrando que o mais
importante é o quanto você consegue manter uma restrição calórica por longo
prazo. E nem sempre o que é bom para você é também para outra pessoa”, adverte.
De fato, existem vários estudos promissores
usando a estratégia de jejum intermitente em ratos obesos, o que leva à perda
de peso, diminuição da pressão arterial, queda nos níveis de colesterol e de
açúcar no sangue. Ainda assim, pesquisas em humanos não demonstram
superioridade a qualquer outro tipo de dieta.
Segundo o Dr. Igor, é sabido que entre as
refeições (e sem alimentos) os níveis de insulina diminuem e as células de
gordura liberam o açúcar armazenado para ser usado como energia. “A ideia do
jejum intermitente é promover que esses níveis de insulina diminuam o
suficiente e por tempo o bastante para queimarmos mais gordura. Os dados
sugerem que isso ocorra após 8-10 hs da última refeição”, conta.
Outras pesquisas mostram que o momento do
início do jejum é fundamental para o seu sucesso. Na verdade, quando feito de
forma combinada com uma dieta e estilo de vida saudáveis, ele pode ser eficaz
para a perda de peso, especialmente para pessoas em risco de diabetes. No
entanto, não deve ser indicado para pacientes já diabéticos e em fase de
tratamento, indivíduos com histórico de distúrbios alimentares e mulheres
grávidas ou que amamentam.
Sobre o
Dr. Igor Barcelos
Médico Endocrinologista e Metabologista, com
título de especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia). Somando mais de 30 mil pacientes no Brasil, dentre as suas
formações estão a residência em Clínica Médica e Pós-graduação em Medicina do
Esporte pela UNIFESP.
Dr. Igor já atuou como professor universitário
e hoje realiza palestras e treinamentos em sua área, sendo uma referência para
colegas e pacientes em grandes eventos.
Também possui formações em desenvolvimento pessoal e negócios, sendo
membro de grandes grupos com intenso networking, que possibilita crescimento e
atualizações constantes em seus negócios. Para mais informações, acesse
@drigorbarcelos pelas redes sociais ou pelo site.
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