Brasil é vice-líder de vitórias na
Libertadores. Será que em 2023 continuaremos hegemônicos na vitória de títulos
consecutivos?
Colaboração de texto: Alcindo Batista/Search One
Digital
Colaboração de foto: Conmebol Libertadores
O Brasil parece ter instaurado uma verdadeira
hegemonia na Copa Libertadores. Afinal, times brasileiros venceram quatro das
últimas cinco edições do torneio. Além disso, pode se tornar o único país a
vencer cinco Libertadores em sequência.
Em termos de quantidade de títulos, a Argentina
segue líder, com 25 conquistas. O Brasil aparece logo atrás, com 23. No ritmo
atual, não será complicado alcançar ou até mesmo ultrapassar os títulos dos
hermanos.
Porém, nos primeiros anos da competição, a
realidade era bem diferente, com amplo domínio uruguaio e argentino. Relembre,
agora, todos os títulos brasileiros na história do campeonato e as expectativas
para a Libertadores 2023 no Jogo Hoje.
Histórico de brasileiros campeões em Copas
Libertadores
Década de 60
O primeiro título de um clube brasileiro na
Libertadores aconteceu em 1962, na terceira edição do torneio. Na ocasião, o
Santos de Pelé decidiu o troféu com o Peñarol-URU. O Peixe venceu o jogo da ida
por 2 a 1, no Uruguai.
Porém, o duelo da volta ficou marcado pela
vitória do time uruguaio: 3 a 2. Assim, se fez necessário o jogo do desempate,
que ocorreu na Argentina, em campo neutro. E o Santos atropelou o Peñarol por 3
a 0, fora o baile.
O segundo título santista veio na sequência, em
1963. Após grandes campanhas nas fases anteriores, Santos e Boca Juniors-ARG
chegaram à final. Pelé, Pepe, Dorval, Coutinho e companhia venceram os dois
jogos: 3 a 1 e 2 a 1.
Década de 70
Depois do bi do alvinegro praiano, o Brasil
viveu um longo jejum de títulos. O tabu de 13 anos foi quebrado em 1976, graças
ao inesquecível Cruzeiro, comandado pelo craque Palhinha.
Em jogo válido pela primeira partida da final,
os mineiros despacharam o River Plate-ARG por 4 a 1. Mesmo com o resultado
elástico, a derrota por 2 a 1 na volta forçou o desempate, pois ainda não
existia a regra de placares agregados. O terceiro embate terminou em 3 a 2 para
o Cruzeiro.
Década de 80
Os anos de 1980 são lembrados pelos primeiros
títulos continentais de dois grandes clubes. Começando pelo Flamengo, campeão
de 1981. Capitaneado por Zico, o Mengão fez uma jornada avassaladora no
torneio.
Na final, enfrentou o modesto, mas perigoso,
Cobreloa-CHI. Os 94 mil torcedores presentes no Maracanã presenciaram o triunfo
brasileiro por 2 a 1. O jogo 2 foi complicado, resultando em 1 a 0 aos chilenos
e na necessidade do desempate.
A terceira partida teve Zico como craque,
responsável por marcar os dois gols que garantiram a Liberta ao Mengão.
Dois anos depois foi a vez do Grêmio, que
possuía Renato Gaúcho como referência. O Imortal arrancou o empate de 1 a 1
contra o Peñarol, na ida da final, jogada em Montevidéu.
Na decisão de fato, realizada no Estádio
Olímpico abarrotado de gremistas, o Grêmio venceu por 2 a 1 e,
consequentemente, ficou com o título da Libertadores de 1983.
Década de 90
Já a década de 1990 foi recheada de conquistas
do Brasil, totalizando seis canecos. Só o São Paulo conseguiu dois títulos,
sendo o primeiro em 1992.
Na oportunidade, os homens de Telê Santana
foram superados pelo Newell 's Old Boys-ARG, pelo placar mínimo. O São Paulo
devolveu o resultado, forçando a decisão por pênaltis, também vencida pelos
são-paulinos: 3 a 2.
O bicampeonato foi vencido no ano seguinte,
1993. Os brasileiros golearam a Universidad Católica-CHI por 5 a 1 na primeira
parte da decisão. Nem a derrota por 2 a 0 no Chile conseguiu tirar o título do
tricolor do Morumbi.
Posteriormente, 1995, o Grêmio voltou ao topo
da América do Sul. A vitória, por 3 a 1, em Porto Alegre, tornou-se fundamental
para o título. Afinal, os gaúchos ficaram no 1 a 1 diante do Atlético
Nacional-COL na segunda partida da final.
Por outro lado, o Cruzeiro não teve tanto
trabalho nas finais de 1997. Os cruzeirenses empataram sem gols na parte um da
final contra o Sporting Cristal-PER. Com a força da torcida a seu favor, a
Raposa venceu a parte dois, no Mineirão, por 1 a 0.
Logo no ano seguinte, 1998, o Vasco da Gama
entrou para a seleta lista de campeões da Libertadores. Após eliminar o
Cruzeiro, Grêmio e River Plate nas fases anteriores, o Gigante da Colina venceu
as duas finais contra o Barcelona-EQU: 2 a 0 e 2 a 1, respectivamente.
Por fim, encerrando a década de 90, o Palmeiras
também garantiu o título mais cobiçado entre as equipes sul-americanas. O
caminho do Verdão até a final foi complicado, incluindo confrontos contra o
arquirrival Corinthians.
Na decisão, a torcida levou um susto com a
derrota por 1 a 0 frente ao Deportivo Cali-COL. Mas, no fim, deu tudo certo. Em
duelo válido pela volta, o Palmeiras venceu o Cali no tempo normal, 2 a 1, e
também bateu os colombianos nos pênaltis.
Anos 2000 em diante
Mesmo com o domínio brasileiro no fim dos anos
de 1990, o primeiro título do Brasil no novo século veio apenas em 2005.
Com Rogério Ceni no comando, o São Paulo fez
atuações sólidas durante a competição. A coroação veio após a goleada de 4 a 0,
contra o Athletico Paranaense, em pleno Morumbi. Assim, os tricolores
festejaram seu terceiro título da Libertadores.
Em 2006, foi a vez do São Paulo ficar com o
vice. Os Colorados do Internacional chegaram à decisão com todos os méritos. No
jogo 1, venceram por 2 a 1, na capital paulista. Por isso, o empate de 2 a 2 no
Beira-Rio foi suficiente para a equipe garantir a primeira Libertadores de sua
história.
E o bi não demorou, sendo vencido em 2010. O
Internacional precisou enfrentar o traiçoeiro Chivas-MEX na final. Os
brasileiros triunfaram na ida, 2 a 1, e na volta também, 3 a 2.
2011 foi ano do Santos quebrar o jejum da
Libertadores, pois a última conquista foi em 1963. Neymar destila toda a sua
habilidade nos gramados do continente, ajudando, e muito, o Peixe voltar ao
topo. A consagração ocorreu com a vitória por 2 a 1 contra o Peñarol, na final
daquela edição.
Enquanto isso, 2012 é lembrado como o ano da
libertação corintiana. Após mais de 100 anos de espera, o Corinthians levou o
troféu da Libertadores para casa. A campanha, invicta, terminou da melhor
maneira possível: 2 a 0 contra o Boca Juniors, diante de um Pacaembu lotado de
torcedores.
2013 marcou a primeira conquista continental do
Atlético Mineiro. Ao longo da competição, Ronaldinho e companhia encantaram com
suas atuações. Para sacramentar a boa campanha, também marcada por muito
sofrimento, o Galo bateu o Olimpia-PAR nos pênaltis. Grande parcela do título
ficou na conta de Victor, o goleiro milagreiro.
Em 2017, o Grêmio se juntou a Santos e São
Paulo, como os únicos três times brasileiros tricampeões da América. Renato
Gaúcho, já na função de treinador, comandou a equipe nas vitórias contra o
Lanús-ARG, na final do campeonato: 1 a 0 e 2 a 1, nessa ordem.
2019
A partir de 2019, o Brasil tornou-se hegemônico
na competição, conquistando quatro títulos de maneira sequencial. O primeiro em
2019, com o inigualável Flamengo de Jorge Jesus.
Nas fases eliminatórias, a equipe carioca bateu
Emelec-EQU, Inter e Grêmio. Até que chegou a decisão, que pela primeira vez na
história seria em jogo único. Em pleno Monumental de Lima, o Flamengo conseguiu
uma virada histórica contra o River Plate, com direito a gol do Gabigol nos
últimos minutos.
2020
2020 foi ano do Palmeiras. A equipe alviverde,
já treinada por Abel Ferreira, iniciou a campanha no grupo B, onde avançou na
liderança. Depois, enfrentou e eliminou Delfín-EQU, Libertad-PAR e River Plate.
Do outro lado da chave, o Santos bateu o Boca Juniors na semi.
Portanto, os rivais Palmeiras e Santos se
encontraram na decisão, marcada para o Maracanã. Graças ao herói improvável,
Breno Lopes, o Verdão assegurou a segunda Liberta de sua história.
2021
Em 2021, mais uma final envolvendo apenas
brasileiros. O Palmeiras, por sua vez, chegou a decisão após despachar as
seguintes equipes: Universidad Católica, São Paulo e Atlético-MG. Por outro
lado, o Flamengo passou por Defensa y Justicia-ARG, Olimpia e Barcelona.
Assim, no dia 27 de novembro, Verdão e Mengão
decidiram a Copa daquele ano. Raphael Veiga abriu a contagem, Gabigol empatou e
Deyverson garantiu mais um título para a galeria palestrina.
2022
A mais recente edição também teve final 100%
brasileira: Flamengo x Athletico-PR. O Furacão surpreendeu Libertad,
Estudiantes-ARG e Palmeiras na fase eliminatória. Já o Flamengo, sempre cotado
ao título, fez seu favoritismo valer. Atingiu a final após atropelar
Tolima-COL, Corinthians e Vélez-ARG.
Desse modo, as equipes chegaram à última
partida da competição, realizada no Equador. O único gol da decisão foi marcado
por Gabigol, no final do primeiro tempo. Com isso, o rubro-negro carioca venceu
o tri da Libertadores.
Expectativas dos times brasileiros em 2023
Sem dúvida, a expectativa é a melhor possível
para os brasileiros participantes da Libertadores 2023. E não à toa, pois as
quatro últimas edições terminaram com o Brasil no topo. Além disso, as últimas
três finais reuniram apenas clubes brasileiros.
Para a atual edição, 8 brasileiros garantiram
vaga: Flamengo, Palmeiras, Atlético Mineiro, Corinthians, Fluminense,
Internacional, Athletico Paranaense e Fortaleza. O Leão do Pici foi eliminado
ainda na fase preliminar, diante do Cerro Porteño-PAR. Ou seja, 7 times ainda
estão na disputa.
Os demais aparecem nos seguintes grupos:
Grupo A: Flamengo, Racing, Aucas e Ñublense;
Grupo B: Internacional, Nacional, Independiente Medellín e Metropolitanos;
Grupo C: Palmeiras, Bolívar, Cerro Porteño e Barcelona;
Grupo D: Fluminense, The Strongest, River Plate e Sporting Cristal;
Grupo E: Corinthians, Argentinos Juniors, Liverpool e Independiente Del Valle;
Grupo G: Athletico Paranaense, Atlético Mineiro, Libertad e Alianza Lima.
Diante do domínio nas temporadas passadas, não
é exagero afirmar que todos os clubes brasileiros são cotados ao título. Porém,
Flamengo e Palmeiras, sendo amplos favoritos à taça.
Mesmo assim, as duas equipes não começaram a
competição de forma positiva. Pelo contrário, os dois perderam: Bolivar 3x1
Palmeiras e Aucas 2x1 Flamengo. As derrotas não tiraram o favoritismo, mas
servem de alerta para o restante da competição.
Já Atlético Mineiro, Fluminense, Inter,
Corinthians e Athletico Paranaense correm por fora, mas ainda possuem chances
elevadas de chegarem ao troféu.
O Galo, por sua vez, estreou com derrota para o
Libertad, pelo placar mínimo. Já o Flu aplicou 3 a 1 para cima do Cristal.
Enquanto que o Furacão empatou sem gols com o Alizana fora de casa.
Além do Fluminense, o Corinthians foi o único
brasileiro a vencer na estreia. O Timão visitou o Liverpool e triunfou por 3 a
0. Por fim, o Inter foi até a Colômbia para arrancar um empate de 1 a 1 frente
ao Medellín.
Em relação aos times de outros países, quem tem
medo dos clubes brasileiros são os estrangeiros. Além de ter os melhores
atletas do continente, receitas maiores e infraestrutura superior, os
representantes do Brasil venceram 4 das últimas cinco edições.
Ainda assim, é preciso ter atenção com algumas
equipes, como é o caso do River Plate. Enfraquecido, no comparativo com os anos
anteriores, os Millonarios possuem tradição e podem aprontar.
O mesmo acontece com o Boca, também da
Argentina. O elenco deixa a desejar, mas a pressão de La Bombonera pode fazer a
diferença em jogos eliminatórios. Além desses dois times, outras equipes
dificilmente farão frente aos brasileiros.
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Conheça a história da Copa Libertadores. |
Colaboração de foto: Conmebol Libertadores
Grupo B: Internacional, Nacional, Independiente Medellín e Metropolitanos;
Grupo C: Palmeiras, Bolívar, Cerro Porteño e Barcelona;
Grupo D: Fluminense, The Strongest, River Plate e Sporting Cristal;
Grupo E: Corinthians, Argentinos Juniors, Liverpool e Independiente Del Valle;
Grupo G: Athletico Paranaense, Atlético Mineiro, Libertad e Alianza Lima.
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