Pescador estava navegando no mar e encontrou o
animal morto, boiando na água. Informações iniciais indicam que se trata da
espécie baleia-de-bryde, mas uma análise mais minuciosa irá confirmar a
identificação do mamífero.
Colaboração de texto e foto: Carine Corrêa/Instituto Argonauta
No último domingo (11), a equipe do Instituto
Argonauta que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos
(PMP-BS), foi acionada por um pescador para atender uma ocorrência envolvendo
uma baleia morta, que estaria boiando nas imediações da Ilha Anchieta, em
Ubatuba, litoral norte de São Paulo. As informações preliminares repassadas
pelo pescador, indicavam que o animal estava inflado - o que chamou sua atenção
- boiando morto na parte de trás da Ilha.
Imediatamente a equipe se deslocou para o local
mencionado, mas não localizou o mamífero marinho. A equipe do Parque Estadual
Ilha Anchieta (PEIA) também percorreu o entorno da Ilha, mas também não
encontrou. No entanto, tão logo foi possível, na manhã do dia seguinte a equipe
PMP-BS do Instituto Argonauta retornou para o mar e encontrou a baleia
encalhada em um “costão”. Devido ao mau tempo desta segunda-feira, dia 12, a
equipe não conseguiu se aproximar muito próximo da baleia, bem como realizar a
coleta de gordura do espécime, para posterior avaliação.
O biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, que
integra a equipe PMP-BS no trecho 10 pelo Instituto Argonauta, informou que uma
nova ida à Ilha Anchieta acontecerá nesta terça-feira, dia 13, para que se
possa realizar o procedimento de fundear e ancorar a baleia - que consiste em
amarrar uma âncora, que é presa na cauda do animal, para que possa se decompor
naturalmente com o tempo no ambiente marinho. Ele ainda indica que
possivelmente trata-se da espécie baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei), que também
pode ser conhecida como baleia tropical, que fica nos trópicos e não migra para
a Antártida.
"Para identificar a espécie, é necessário
ver as três quilhas que tem acima do rostro da baleia, que ficam localizadas na
parte do seu bico. Mas, como ela está inflada, a cabeça está dentro d’água,
então não conseguimos ver as quilhas sem entrar com uma câmera, ou mergulhar na
água para uma melhor avaliação. Ela tem todas as características de uma
baleia-de-bryde, e a confirmação teremos com o acesso com as três quilhas da
cabeça”, observou o biólogo. Ele ainda afirma que o lugar onde ela está
encalhada é desabitado e, portanto, ninguém será afetado pela presença da
baleia. “A equipe pretende ancorá-la de uma forma que ela se decomponha na
costeira”, salientou. “Amanhã faremos uma nova tentativa de fazer a coleta, e
de obter uma melhor identificação da espécie, se o tempo permitir, porque pode
ser que entre uma frente fria”, completou.
De acordo com o biólogo, o animal fica inflado
em razão dos gases da decomposição que se formam no estômago e intestino da
baleia. “A baleia-de-bryde tem pregas ventrais embaixo do seu rostro, que
funcionam como se fosse uma sanfona. Essas pregas permitem que o gás que está
no estômago e no intestino infle a parte ventral, e ela vira uma espécie de um
balão, que diminui a possibilidade de que ela ‘exploda’, porque alivia a
pressão interna”, explica.
A Baleia-de-Bryde é uma espécie que vive por
aqui mesmo, entre a região costeira e oceânica, com ocorrência durante o ano
todo, e se alimenta de peixes e de pequenos crustáceos. No verão, se aproxima
um pouco mais em razão da presença de cardumes. Na região sudeste são bem
comuns, e podem chegar até 16,5 metros de comprimento, mas a média do tamanho é
entre 13 a 15 metros.
Sobre a causa da morte, Albaladejo afirma que
será difícil determinar. “A coleta de gordura e pele será realizada para tentar
fazer a identificação da espécie, mas a causa da morte é muito difícil
determinar, principalmente devido ao estado de decomposição dela. Aparentemente
não vimos nenhum indicativo que ela tenha tido algum contato com rede de
pesca”, finaliza.
Sobre o
Instituto Argonauta
O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela
Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a
conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e
marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e
reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no
ambiente marinho, dentre outras atividades.
Sobre o
PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia
de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de
condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de
produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido
pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os
possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as
aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e
do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais
encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ,
sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10,
compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.
Para mais informações sobre o PMP-BS.
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@museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 - Perequê-Açu,
Ubatuba/SP, aberto diariamente.
Também é possível baixar gratuitamente o
aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store)
e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências
de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar
ainda problemas ambientais nas praias, para que a equipe do Argonauta encaminhe
a denúncia para os órgãos competentes.
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A matéria completa também pode ser acessada em
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Instituto Argonauta atende ocorrência de baleia morta. |
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