sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Copa do Mundo: recorrência de batidas de cabeça entre jogadores pode levar a quadro degenerativo cerebral

Nesta edição da Copa do Mundo, alguns casos de batidas entre cabeças dos jogadores marcaram a competição pela sua intensidade.
 
Copa do Mundo recorrência batidas cabeça futebol levar quadro degenerativo cerebral Foto Felipe Oliveira ECB
Batidas cabeça pode levar a quadro degenerativo cerebral.
Colaboração de texto: Rhayssa Nascimento/Tree Comunicação
Colaboração de foto: Felipe Oliveira/ECB
 
O risco desses episódios é quase inevitável no futebol pela sua característica de contato e isso traz um alerta sobre os perigos momentâneos e até mesmo posteriores deste tipo de choque. O neurologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Manoel Antônio de Paiva Neto, explica que dependendo da gravidade e recorrência deste impacto, pode-se chegar a um quadro degenerativo cerebral.
 
“Traumas de crânio ocorridos durante partidas podem variar desde ferimentos leves até lesões mais graves. Quando há uma concussão – alteração de nível de consciência –, precisamos ficar atentos em dois cenários: o primeiro está relacionado a um trauma posterior sem a recuperação do primeiro e, o segundo, quando há múltiplos desse tipo de trauma durante a vida. Esses são os exemplos que podem trazer riscos neurológicos futuros”, conta o médico.
 
A primeira situação citada pelo especialista é classificada como Síndrome do Segundo Impacto. Nesses casos, há possibilidade de ocasionar danos cerebrais com morte celular e inchaço pela não recuperação completa do trauma – que desperta uma série de alterações metabólicas e funcionais no cérebro. “Essas alterações demandam, às vezes, semanas para se resolverem e, portanto, quando há um segundo trauma nesse período, as chances de consequências negativas são altas”.
 
O segundo cenário ganha um novo nome: encefalopatia traumática crônica e assim como comentado pelo neurologista, refere-se a múltiplas concussões. O resultado nada positivo dessa sequência de traumas é um quadro degenerativo cerebral, refletindo em problemas psiquiátricos. “O contexto pode ser marcado por demência e sintomas de doença de Parkinson, que podem ter início anos após o término da prática esportiva”, alerta Neto.
 
Diferente do que pode parecer, as concussões são traumas de baixo impacto, resultantes do movimento de aceleração e desaceleração do crânio – o que não retira a gravidade do problema. Para isso, vale ter acompanhamento rápido na partida e uma continuidade dos cuidados para evitar qualquer outra adversidade. De acordo com o médico, o primeiro ato é a retirada deste paciente do jogo.
 
“O ideal é que esses atletas sejam observados e acompanhados nos dias após o trauma. Não é necessário exames de imagem em todos que sofrem concussão. Uma tomografia de crânio sem contraste pode ser indicada em casos de cefaleia persistente, vômitos, perdas de consciência que duram vários minutos ou piora neurológica como sonolência e perda de força”, conclui.
 
Hospital Edmundo Vasconcelos
 
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atende em mais de 50 especialidades. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 190 mil consultas ambulatoriais, 50 mil atendimentos de Pronto-Socorro e cerca de 950 mil exames por ano.
 
Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e estar no ranking de 2021 dos Melhores Hospitais da América Latina, segundo a Revista América Economia Intelligence, entre as Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil 2020 e em primeiro lugar na categoria Saúde - Hospitais, conquistado por quatro anos consecutivos.
 
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