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terça-feira, 8 de novembro de 2022

Zebras do Brasil: Os principais problemas que a seleção já enfrentou nos campeonatos

Relembre algumas derrotas marcantes da seleção brasileira ao longo dos campeonatos mundiais.
 
Zebras do Brasil principais problemas seleção enfrentou campeonatos
Principais problemas seleção enfrentou nas Copas.
Colaboração de texto: Carolina Peres/Hedgehog
 
Os jogos do Brasil são verdadeiros feriados… e estão chegando. As escolas fecham, os trabalhos paralisam, e todos ficam atentos na seleção. Algo surreal que chama atenção dos estrangeiros e que contribuiu para nos intitular como o país do futebol. Nesta época, até quem não costuma se envolver com o esporte durante a temporada, coloca sua camisa e torcer como se não houvesse um amanhã.
 
As expectativas sempre são as melhores, tendo em vista que é a única seleção que participou de todas as competições e levantou a taça em 5 oportunidades. É comum que haja bolões entre os amigos para adivinhar os resultados. Porém, nem sempre o resultado é aquele esperado. Ao longo da história do Brasil nos campeonatos mundiais, a seleção sofreu algumas quedas dolorosas que deixaram o país em prantos. Derrotas em finais e até uma goleada vergonhosa quando ninguém esperava.
 
Confira algumas zebras da seleção brasileira.
 
1950: O Maracanaço
 
No ano de 1950, o Brasil sediou o campeonato pela primeira vez na história. Além da seleção da casa, outras 12 também participaram da competição. Na primeira fase, o elenco treinado por Flávio Costa venceu México e Iugoslávia, e empatou com a Suíça. A estreia no quadrangular final aconteceu contra Suécia, no Maracanã. O duelo terminou em vitória brasileira por 7 a 1, com três gols de Ademir. Na sequência, o Brasil aplicou outra goleada: 6 a 1 diante da Espanha.


 
O elenco estava embalado e pra lá de animado para o mais importante confronto do torneio, assim como os torcedores, que estavam eufóricos e aguardavam o primeiro título mundial. Afinal, os resultados mostravam a diferença técnica entre o Brasil e as demais seleções. O ambiente era ótimo dentro da seleção, que por sua vez, já era tratada como a campeã tanto pela torcida, quanto pela imprensa. Porém, uma polêmica decisão dos dirigentes mudou o clima do time.

O Brasil e as zebras.
Logo após o triunfo contra os espanhóis, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF, decidiu mudar a concentração da seleção. Os atletas foram obrigados a trocar o tranquilo e isolado bairro de Joá, pelo agitado estádio de São Januário.
 
Na manhã do dia 16 de julho de 1950, data da final, a concentração foi infestada de políticos, que discursaram por horas, acabando com o sossego de Zizinho, Baltazar, Ademir, Barbosa e companhia. No documentário Copa de 50: Da euforia ao silêncio, produzido pela ESPN Brasil, o goleiro Barbosa disse que os jogadores receberam apenas sanduíches de presunto e queijo e garrafas d'água para comerem no vestiário da final. 
 
Além de todo o tumulto, Barbosa afirmou que pouco antes do jogo, o prefeito do Rio de Janeiro Mendes de Moraes falou que o título era obrigação, pois ele havia construído o estádio do Maracanã para isso. E foi com esse clima pesado que o Brasil entrou em campo contra o Uruguai. Friaça abriu o placar no primeiro tempo. O empate uruguaio foi sacramentado por Schiaffino e a virada por meio de Ghiggia. A inesperada derrota precisava de um culpado,e o alvo do fracasso foi Barbosa. Muitas pessoas o apontaram como o grande vilão, afirmando que o goleiro falhou no segundo gol.
 
1982 - Uma geração traumatizada
 
É difícil encontrar uma pessoa que viveu a Copa de 1982 e não saiu traumatizada. Na época, o Brasil colecionava 3 taças e já era o maior campeão do mundo. Porém, os 12 anos sem ganhar o torneio, traziam uma certa carência a um público que não conseguiu acompanhar o tricampeonato em 1970. A seleção de 1982, embora não tenha levantado o caneco, é, certamente, uma das maiores da história de todas as Copas.
 
O time era composto por Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Junior, Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico, Serginho e Éder. Os brasileiros ainda eram comandados por Telê Santana. Na primeira fase da competição, o Brasil não teve dificuldades para passar. Deixou para trás, a União Soviética, Nova Zelândia e Escócia. Na segunda fase, se encontrou logo de cara com a Argentina de Diego Maradona, e eliminou os hermanos pelo placar de 3 a 1.
 
Com esses jogos tranquilos, e uma escola de futebol dentro das 4 linhas, o mundo colocava o Brasil como o favorito ao título. As bandeiras decoravam as ruas do país para o povo festejar. Mas pela frente o Brasil tinha a forte seleção da Itália, que contou com uma atuação brilhante de Paolo Rossi. O atleta marcou 3 gols na vitória italiana por 3 a 2. Com uma das melhores seleções de sua história, a Copa de 1982 ficou marcada pela frustração de uma geração.
 
2014: O fatídico 7 a 1
 
Depois de mais de 60 anos de espera, o Brasil foi escolhido para receber mais um campeonato. Ao invés de 12 seleções, como na primeira edição realizada no país, 32 seleções desembarcam em território brasileiro para a disputa do torneio. Anos antes da Copa, em novembro de 2012, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou Luiz Felipe Scolari como o novo comandante da seleção. Felipão, o técnico do penta em 2002, chegou junto ao auxiliar Carlos Alberto Parreira, treinador do tetra.
 
O anúncio dividiu opiniões, parte da imprensa afirmou que a comissão era ultrapassada. Mesmo assim, os dirigentes da CBF deram carta branca a Felipão e companhia para convocar, organizar e planejar tudo na seleção. Outra parte apoiou o trabalho do treinador. Mas isso não é novidade, escolhas de técnicos e convocações sempre causam polêmicas.
 
Assim, o Brasil iniciou a preparação para a Copa. A grande diferença das edições anteriores foi a ausência das eliminatórias. Afinal, todas as seleções precisam disputar as eliminatórias, exceto o país sede. No período, o selecionado jogou apenas duas competições oficiais: Copa América de 2011 e Copa das Confederações de 2013. Felipão esteve presente apenas na segunda, que reúne campeões continentais e o país sede da próxima Copa.
 
O torneio de tiro curto envolveu Brasil, Espanha, Itália, Uruguai, Japão, Nigéria e Taiti. O desempenho agradou bastante, com direito a 4 a 2 contra a Itália e um histórico 3 a 0 diante da Espanha na final. O título veio e a maravilhosa exibição na decisão embalou a seleção até a Copa, dando a impressão que o Brasil estava na ponta dos cascos para a Copa. Felipão e sua comissão tiveram tranquilidade para trabalhar.
 
Com isso, o Brasil chegou ao torneio como favorito ao título. Não apenas pela conquista da Copa das Confederações em 2013, mas também por ser anfitrião da Copa. Para muitos, não tinha como o Brasil ficar sem o troféu. Na fase de grupos, a seleção passou sem dificuldades por México, Croácia e Camarões. Porém, sem grandes aparições. Neymar era o craque, todas as jogadas passavam pelos pés do camisa 10. Ele era a referência dentro de campo.
 
A seleção quase caiu nas oitavas,decidindo a vaga nos pênaltis contra o Chile. Passou da Colômbia nas quartas graças ao golaço de David Luiz. E chegou às semis sem encantar. Na tarde de 14 de julho de 2014, o Brasil entrou em campo para enfrentar a Alemanha no Mineirão com a seguinte formação: Julio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Bernard, Oscar e Hulk; Fred.
 
Como todos sabem, o duelo terminou em 7 a 1 para os alemães. Aquela foi a pior derrota do Brasil na história das Copas. Além da goleada inédita, tratava-se de uma Copa realizada em território brasileiro. Ou seja, os donos da casa foram eliminados de uma forma vergonhosa.
 
O que também chamou a atenção foi o desempenho dos jogadores. O Brasil estava completamente perdido diante do poderio da Alemanha. Nada deu certo naquele dia. No entanto, é difícil exigir dos atletas boas atuações com uma direção e comissão técnica desorganizada.
 
O vexame mostrou que o futebol brasileiro precisava, e ainda precisa, passar por grandes mudanças. Mostrou que o Brasil parou no tempo, lembrando apenas do passado, mas se esquecendo do futuro.

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