Sem descuidar da técnica, mesa-tenista paulista
trabalha forte o lado psicológico para enfim conquistar sua primeira medalha de
ouro no Campeonato Mundial Paralímpico.
Colaboração de texto: Nelson Ayres/CBTM
Colaboração de foto: Gustavo Medeiros/CBTM
Uma mente sã, em busca do desempenho de
excelência. É desta forma que a mesa-tenista Cátia Oliveira trabalha para
conquistar uma inédita medalha de ouro em Campeonato Mundial Paralímpico. Se na
Eslovênia, em 2018, a prata deixou aquela sensação de poder mais, na espanhola Granada,
de 6 e 12 de novembro, a paulista de Cerqueira César espera alcançar um degrau
acima no pódio. E se preparou com afinco para isso.
“Sempre digo que a diferença do primeiro mundo
para o segundo é a cabeça, porque se você parar para pensar, o nível é igual e
o que dá o diferencial é a parte mental”, analisou Cátia. “Se eu estiver com a
cabeça tranquila, vou conseguir dar o meu melhor na mesa. Por isso hoje tenho
duas psicólogas que me acompanham, uma direcionada a área do esporte e uma para
a área pessoal”, informou a atleta da classe 2, destinada a cadeirantes.
Cadeira de rodas a qual foi condicionada em
2007, após sofrer um acidente automobilístico. Jogadora de futebol na época,
Cátia seria convocada para a Seleção Brasileira sub-17 naquele fatídico dia,
tendo o seu sonho interrompido de forma abrupta. Mas se reencontrou no tênis de
mesa. Com ele renasceu e realizou o sonho de defender o Brasil em competições
internacionais. De lá para cá, acumula medalhas importantes como o bronze nos
Jogos Paralímpicos de Tóquio (2021) e a prata no Campeonato Mundial Paralímpico
(2018).
Por isso, na avaliação da mesa-tenista,
trabalhar a parte mental é essencial e um importante diferencial. “Às vezes as
pessoas acham que a gente tem que trabalhar só na mesa, a parte física. Mas
não, a parte mental é o que diferencia”, comentou. Por este motivo, aliada à
evolução técnica, a brasileira investiu fortemente na evolução como pessoa.
“Muita coisa mudou de 2018 para cá. Estou muito mais madura, conheci muito mais
a Cátia. Aquela menina hoje é uma grande mulher, evoluída”, enalteceu.
Cátia relembra que na Eslovênia seu foco era
jogar, aproveitar ao máximo o seu primeiro mundial defendendo o país, enquanto
agora seus objetivos aumentaram. “Quero ser campeã mundial, deixar o vice para
trás, crescer cada vez mais como atleta e evoluir muito como pessoa”, informou.
“Eu quero e vou buscar. Estou trabalhando bastante para conseguir trazer esse
ouro”, acrescentou determinada. A confiança também vem do fato de ter vencido
por ao menos uma vez todas as atletas que terá pela frente na Espanha.
Porém, mente sã à parte, um pouquinho de
superstição não faz mal a ninguém. E assim como é praxe para todos esportistas,
Cátia mantém o seu ritual pré-jogo, mesmo com todas as mudanças pessoais. “Eu
sempre faço os meus rituais, tentando melhorando cada vez mais”, confessou.
“Escuto o meu pagodinho, as minhas músicas de concentração e faço
visualizações, para chegar no meu melhor”, concluiu a atleta, que encontrou no
tênis de mesa mais que um recomeço, uma nova paixão.
Cátia Oliveira foi vice-campeã mundial em 2018. |
Colaboração de foto: Gustavo Medeiros/CBTM
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