Depois de um primeiro set equilibrado, dupla
brasileira não tomou conhecimento dos dinamarqueses para conquistar o ouro no
Campeonato Mundial Paralímpico.
Colaboração de texto: Nelson Ayres/CBTM
Colaboração de foto: André Soares/CBTM
Já cantava Raul Seixas que “sonho que se sonha
só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. E
foi sonhando junto que Bruna Alexandre e Paulo Salmin chegaram à medalha de
ouro no Campeonato Mundial Paralímpico. Na manhã desta terça-feira (8), na
espanhola Granada, a dupla brasileira da Classe XD17 venceu os dinamarqueses
Peter Rosenmeier e Thea Nielsen em três sets diretos na final da competição,
com as parciais de 12/10, 11/5 e 11/6.
Os dinamarqueses chegaram a impor alguma
dificuldade no primeiro set, mas aos poucos o entrosamento e o jogo tático dos
brasileiros foi aparecendo e o triunfo se tornou inevitável. Salmin e Bruna
perderam apenas um set em toda a competição, creditando ao técnico Paulo
Molitor boa parte deste sucesso em solo europeu, mostrando que havia mais gente
sonhando tanto quanto eles por essa medalha.
“O Molitor estudou muito os vídeos, nos ajudou
a tornar os jogos bem táticos e a gente conseguiu fazer bem esse trabalho”,
comentou Bruna. “E acho que esse entrosamento que a gente teve, não só eu e o
Salmin, como com todos que nos ajudaram, foi essencial. Aplicar 3 a 0 numa
final é uma coisa muito difícil”, reconheceu a experiente atleta paralímpica.
Outro fator preponderante para a conquista foi
a confiança construída entre os dois mesa-tenistas, que alcançou um índice
extremamente alto durante os jogos no Granada City Sports Hall. “Jogamos muito
bem nos três dias, de forma consistente, com um ouvindo o outro”, afirmou
Salmin. E olha que Bruna Alexandre pretendia jogar apenas a competição
individual na Espanha. “Eu não queria jogar duplas nesta edição do Campeonato
Mundial e sequer imaginava chegar na final”, confessou a atleta, que conquistou
o título mundial por equipes em 2017.
“Acredito que foi melhor do que a gente
esperava. A gente sabia da dificuldade do torneio, até mesmo porque esta
categoria estará nos Jogos Paralímpicos de Paris, o que passa a ser o nosso
foco principal a partir daqui”, acrescentou Salmin. “Ontem tinha sido o dia
mais feliz da minha carreira, mas hoje passou. É o meu terceiro Campeonato
Mundial e a primeira medalha que ganho é logo uma de ouro, com um 3 a 0 na
final e uma performance muito boa”, acrescentou. “Na final deu tudo certo e foi
espetacular”, reconheceu Bruna.
Na campanha rumo à medalha dourada, Bruna
Alexandre e Paulo Salmin passaram inicialmente pelos alemães Mio Wagner e
Stephanie Grebe, por 3 sets a 0, com parciais de 11/9, 11/4 e 11/6. Os franceses
Lucas Didier e Lucie Hautiere foram os adversários das quartas de finais,
batidos também em 3 sets a 0 (11/9, 11/7 e 11/6). Na semifinal, triunfaram
sobre os poloneses Piotr Grudzien e Karolina Pek, no jogo mais difícil da
campanha. O placar foi 3 sets a 1, com parciais de 11/5, 5/11, 12/10 e 11/9.
“Agora é comemorar muito, mas não esquecer que
ainda hoje começa a disputa individual”, alertou Salmin que, sem muito tempo
para descansar, encara o polonês Michal Deigsler às 13h30 (de Brasília), pela
Classe 7. Na Classe 4, Joyce Oliveira estreia nas oitavas contra a iraquiana
Rusul Al Waeli (12h). Pela mesma fase, na Classe 5, Lucas Arabian encara o
egípcio Hassan Tolba (16h30). Outros dois mesa-tenistas paralímpicos iniciam
sua trajetória uma etapa antes, na fase de 32. Evellyn Pereira joga com a
francesa Anne Divet pela Classe 11 (12h). Na Classe 7, Israel Stroh inicia a
competição encarando Ben Ashok Despineux, da Bélgica (13h30).
Bruna Alexandre e Paulo Salmin trouxeram o ouro da Espanha. |
Colaboração de foto: André Soares/CBTM
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