quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Kevin Damasceno e Jovane Guissone brilham no Brasileiro de Paraesgrima

No último dia de competições individuais em São Paulo, Guissone manteve a hegemonia na categoria B, enquanto Damasceno venceu duas finais na A.
 
Kevin Damasceno Jovane Guissone Brasileiro de Paraesgrima Foto Magno Alves
Kevin Damasceno segundo à esquerda, comemora seu terceiro ouro.
Colaboração de texto: Nelson Ayres/Fato&Ação
Colaboração de foto: Magno Alves
 
Dois gaúchos. Se Jovane Guissone, 39 anos, é o presente da paraesgrima no Brasil, Kevin Damasceno, 19 anos, é o futuro. E ambos brilharam no Campeonato Brasileiro de Paraesgrima, competição que encerrou nesta terça-feira (18) as suas disputas individuais no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP). Outra campeã do dia foi Rayssa Veras, que no florete A conquistou a sua primeira medalha de ouro, após duas pratas.
 
Ontem, Guissone (Associação dos Deficientes Físicos do Paraná-PR) havia vencido as disputas no sabre e na espada pela categoria B. Hoje, completou o ciclo ao faturar também o florete, em uma final catimbada contra Vanderson Chaves (Grêmio Náutico União-RS), seu colega de Seleção Brasileira. “Soube dominar o psicológico, para o psicológico não me dominar. O mais importante foi manter a tranquilidade e não deixar nada me atrapalhar”, analisou o medalhista de ouro, que triunfou por 15 a 8 na final.
 
“Hoje era a prova o florete, a minha segunda arma favorita, e queria muito levar para casa esta medalha também”, disse Guissone, que agora volta as suas atenções ao Campeonato Regional da Américas, não sem antes enaltecer a evolução da paraesgrima brasileira. “A competição foi muito boa e notei uma evolução no nível técnico dos brasileiros, o que é muito positivo”, festejou.
 
Por sua vez, Kevin Damasceno (Grêmio Náutico União-RS) surpreendeu a si mesmo ao chegar em mais duas finais da categoria A. “Eu não imaginava que, sendo tão novo na esgrima, iria fazer três finais de Brasileiro. Estou muito feliz”, confessou. A primeira delas foi no sabre, em mais um duelo entre pai e filho, repetindo a final do florete A. Mas não só isso, repetiu-se também o vencedor – Kevin – e o placar sobre Fábio Damasceno – 15 a 6. “Tive bastante calma para perceber o que acontecia no jogo e mudar minha estratégia”, relatou o medalhista de ouro.
 
Mais tarde, o garoto prodígio encaminhou sua classificação à final da espada A contra Clodoaldo Zafatoski (Associação dos Deficientes Físicos do Paraná-PR), que eliminou justamente o pai de Kelvin na semifinal, impedindo uma terceira decisão entre ambos. Mas Zafatoski não foi páreo para o filho, que marcou 15 toques contra 5 e aumentou a sua coleção de medalhas douradas. “A minha tática na final foi não deixar ele trabalhar em cima de mim e tentar evitar ao máximo que ele me tocasse”, relatou.
 
Seu foco agora passa a ser o Campeonato Mundial Sub-23, que inicia amanhã, também no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. “No Mundial eu pretendo jogar tranquilo, sem cobrança, tentando fazer o meu melhor. E o que der, deu”, informou campeão de múltiplas armas.
 
Fechando a rodada dos campeões, foi na base da persistência que Rayssa Veras conquistou a sua primeira medalha de ouro no Campeonato Brasileiro. Depois de bater na trave na espada e no sabre A, a esgrimista paralímpica do Club Athletico Paulistano-SP não deixou escapar o lugar mais nobre do pódio no florete A. Venceu na final a Fabiana Soares, do Sport Club Magnólia-RJ, por 15 a 3. “Sofri bastante para encaixar meu jogo na pule, mas nas eliminatórias consegui desenvolver melhor e fluiu”, analisou.
 
Calçando seu tênis rosa da sorte, Raissa pontuou sobre os ouros que escaparam no dia anterior. “O florete é a minha primeira arma e hoje tivemos apenas uma arma no dia. Isso ajudou. Ter que mudar de uma arma sem prioridade para outra sem prioridade no mesmo dia é mais difícil. É complicado tirar da cabeça os cacoetes de uma arma para fazer a outra”, informou.
 
O Campeonato Brasileiro de Paraesgrima prossegue até quinta-feira (20) no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP). Nesta quarta-feira, dia 19, ocorrem as provas de florete e de espada por equipe, nas categorias A e B.
 

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