No último dia de competições individuais em São
Paulo, Guissone manteve a hegemonia na categoria B, enquanto Damasceno venceu
duas finais na A.
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Kevin Damasceno segundo à esquerda, comemora seu terceiro ouro. |
Colaboração
de texto: Nelson Ayres/Fato&Ação
Colaboração de foto: Magno Alves
Dois gaúchos. Se Jovane Guissone, 39 anos, é o
presente da paraesgrima no Brasil, Kevin Damasceno, 19 anos, é o futuro. E
ambos brilharam no Campeonato Brasileiro de Paraesgrima, competição que
encerrou nesta terça-feira (18) as suas disputas individuais no Centro de
Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP). Outra campeã do dia foi
Rayssa Veras, que no florete A conquistou a sua primeira medalha de ouro, após
duas pratas.
Ontem, Guissone (Associação dos Deficientes
Físicos do Paraná-PR) havia vencido as disputas no sabre e na espada pela
categoria B. Hoje, completou o ciclo ao faturar também o florete, em uma final
catimbada contra Vanderson Chaves (Grêmio Náutico União-RS), seu colega de
Seleção Brasileira. “Soube dominar o psicológico, para o psicológico não me
dominar. O mais importante foi manter a tranquilidade e não deixar nada me
atrapalhar”, analisou o medalhista de ouro, que triunfou por 15 a 8 na final.
“Hoje era a prova o florete, a minha segunda
arma favorita, e queria muito levar para casa esta medalha também”, disse
Guissone, que agora volta as suas atenções ao Campeonato Regional da Américas,
não sem antes enaltecer a evolução da paraesgrima brasileira. “A competição foi
muito boa e notei uma evolução no nível técnico dos brasileiros, o que é muito
positivo”, festejou.
Por sua vez, Kevin Damasceno (Grêmio Náutico
União-RS) surpreendeu a si mesmo ao chegar em mais duas finais da categoria A.
“Eu não imaginava que, sendo tão novo na esgrima, iria fazer três finais de
Brasileiro. Estou muito feliz”, confessou. A primeira delas foi no sabre, em
mais um duelo entre pai e filho, repetindo a final do florete A. Mas não só
isso, repetiu-se também o vencedor – Kevin – e o placar sobre Fábio Damasceno –
15 a 6. “Tive bastante calma para perceber o que acontecia no jogo e mudar
minha estratégia”, relatou o medalhista de ouro.
Mais tarde, o garoto prodígio encaminhou sua
classificação à final da espada A contra Clodoaldo Zafatoski (Associação dos
Deficientes Físicos do Paraná-PR), que eliminou justamente o pai de Kelvin na
semifinal, impedindo uma terceira decisão entre ambos. Mas Zafatoski não foi
páreo para o filho, que marcou 15 toques contra 5 e aumentou a sua coleção de
medalhas douradas. “A minha tática na final foi não deixar ele trabalhar em
cima de mim e tentar evitar ao máximo que ele me tocasse”, relatou.
Seu foco agora passa a ser o Campeonato Mundial
Sub-23, que inicia amanhã, também no Centro de Treinamento Paralímpico
Brasileiro. “No Mundial eu pretendo jogar tranquilo, sem cobrança, tentando
fazer o meu melhor. E o que der, deu”, informou campeão de múltiplas armas.
Fechando a rodada dos campeões, foi na base da
persistência que Rayssa Veras conquistou a sua primeira medalha de ouro no
Campeonato Brasileiro. Depois de bater na trave na espada e no sabre A, a
esgrimista paralímpica do Club Athletico Paulistano-SP não deixou escapar o
lugar mais nobre do pódio no florete A. Venceu na final a Fabiana Soares, do
Sport Club Magnólia-RJ, por 15 a 3. “Sofri bastante para encaixar meu jogo na
pule, mas nas eliminatórias consegui desenvolver melhor e fluiu”, analisou.
Calçando seu tênis rosa da sorte, Raissa
pontuou sobre os ouros que escaparam no dia anterior. “O florete é a minha
primeira arma e hoje tivemos apenas uma arma no dia. Isso ajudou. Ter que mudar
de uma arma sem prioridade para outra sem prioridade no mesmo dia é mais
difícil. É complicado tirar da cabeça os cacoetes de uma arma para fazer a
outra”, informou.
O Campeonato Brasileiro de Paraesgrima
prossegue até quinta-feira (20) no Centro de Treinamento Paralímpico
Brasileiro, em São Paulo (SP). Nesta quarta-feira, dia 19, ocorrem as provas de
florete e de espada por equipe, nas categorias A e B.
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