Se em 2018 a catarinense foi parada pelo pino
de Shiau Tian, desta vez a mesa-tenista paralímpica apostou forte na evolução
física e técnica para subir ao pódio em Granada.
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Bruna Alexandre se preparou para sair de Granada com o ouro. |
Colaboração
de texto e foto: Nelson Ayres/CBTM
cbtm.org.br
Colaboração de foto: Gustavo Medeiros
Diz o poeta que no meio do caminho existem
pedras, que a gente deve retirar antes de seguir adiante. No caso de Bruna
Costa Alexandre, seu obstáculo foi um pino. No tênis de mesa, o pino é um tipo
de borracha que faz o feitiço retornar contra o feiticeiro, ou seja, com menor
aderência, devolve ao contrário o efeito empregado na bolinha, dificultando a
devolução. Uma armadilha que custou uma medalha para a brasileira no último
Campeonato Mundial Paralímpico, em 2018, na Eslovênia, mas que não deve ser um
empecilho na edição deste ano, em Granada, na Espanha.
“De lá para cá, sinto que sou uma atleta mais
completa. Hoje consigo jogar em cima da mesa, atrás da mesa ou com pino”, apontou
a mesa-tenista paralímpica da classe 10, aquela destinada a jogadores com
deficiências motoras leves ou amputação de membros superiores. E motivos não
faltam para a catarinense acreditar que está preparada para conquistar seu
primeiro ouro em campeonatos mundiais. No ano passado, em Tóquio, Bruna venceu
a algoz Shiau Wen Tian (Taipei) e seu malicioso pino durante os Jogos
Paralímpicos, recuperando a confiança em seu próprio jogo e traçando objetivos
maiores.
Mas não é apenas o fato de aprender a jogar
pino que a credencia a sonhar mais alto. Nos últimos anos, Bruna, dona de
quatro medalhas paralímpicas e um título mundial por equipes, vem apostando
suas fichas na evolução técnica e física. “Na preparação para a Eslovênia eu
cometi muitos erros, principalmente na questão física”, confessou. “Mas tudo é
um aprendizado na vida, não só no esporte. A gente vai cair e vai ter que se
levantar. O Mundial da Eslovênia foi o momento mais difícil para mim nesses
meus vinte anos de carreira”, ponderou.
De lá para cá, Bruna perdeu 25 quilos, treinou
suas deficiências a aprendeu muito. “Aprendi tanto que cheguei em Tóquio
confiante. Eu pensei: ‘posso até perder, mas vou fazer tudo o que eu puder’.
Então joguei feliz e confiante, o que é o principal para um atleta”, relatou. E
a medalha de prata obtida nos Jogos Paralímpicos deram a ela a certeza de que
todo o esforço seria recompensado.
“Ainda preciso melhor o meu físico, mas
acredito que tenho tudo o que preciso para performar bem na Espanha. Do suporte
da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) ao fato de saber jogar todos
os tipos de jogo, sei que posso sonhar com a medalha”, acrescentou.
E é com este espírito de leveza que a
criciumense de 27 anos parte para o Campeonato Mundial Paralímpico, competição
agendada para a espanhola Granada, que começa no domingo (6) e segue até o dia
12. “Todo o esforço vale a pena. É o meu jeito de pensar, de evoluir, de querer
estar melhor fisicamente, sem me arrepender de nada do que ficou para trás”,
concluiu Bruna Alexandre.
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