Principal pilar desta política de inclusão,
UniTM criou iniciativas para que as mulheres pudessem ter espaço garantido em
treinamentos e capacitações.
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Taisa Belli, Livia Lima, Camila Cardoso e Emanuele Dreveck. |
Colaboração de texto: Nelson Ayres/CBMT
Colaboração de foto: Luis Miguel Ferreira.
Iniciativa da Confederação Brasileira de Tênis
de Mesa (CBTM) para capacitação de profissionais que queiram trabalhar com o
esporte, como técnicos, árbitros e gestores, a Universidade do Tênis de Mesa –
UniTm já deixa a sua marca em uma das principais missões: aumentar a presença
feminina na modalidade. A participação no corpo técnico de períodos especiais
de treinamento já é uma constante e chama a atenção, pela inclusão em um espaço
que era predominantemente dos homens anteriormente.
No último Training Camp realizado no Rio de
Janeiro, além da própria Taísa Belli, líder da UniTm, outras duas técnicas
(Emanuele Dreveck e Lívia Lima) e uma terceira profissional da área
técnica/administrativa, Camila Cardoso, fizeram parte da equipe de trabalho.
Taísa Belli ressalta que existe uma estratégia consolidada para termos mais
treinadoras trabalhando em alto nível no tênis de mesa brasileiro.
"No início do ano passado, desenvolvemos
uma política para aumentar o número de treinadoras no país. Tínhamos uma faixa
de 10% de mulheres certificadas, antes da Universidade do Tênis de Mesa, para
atuar na função e terminamos o ano com cerca de 20%", conta Taísa, falando
mais sobre a estratégia utilizada para ocasionar a mudança: "Não diria que
foi algo espontâneo. Sugerimos às federações que houvesse pelo menos uma mulher
e um homem, para que pudessem dispor da qualificação. Sabemos que quando há
mulheres na equipe, outras se identificam e são atraídas para fazer o curso de
certificação da UniTM. Foi uma estratégia, entre outras ações que
desenvolvemos, que funcionou bem".
Pupilas
A líder da UniTM ressaltou a qualidade das
profissionais que atuaram no Training Camp. Todas são especializadas e algumas
já passaram por capacitação da própria UniTM. "A Manu (Emanuele), além de
se formar como técnica, fez no ano passado um curso de capacitação de 190 horas
para ser formadora de treinadoras. Neste curso, há aplicação prática e teórica.
É uma pessoa que está há quase um ano em meio em projeto conosco na UniTM. A
Lívia não fez conosco o curso de formadora, mas estudou na UniTM e faz parte
desse aumento no número de técnicas de tênis de mesa no Brasil. Teve excelente
desempenho, aliás. Além disso, a experiência que possui como atleta em nível
internacional, representando a Seleção, lhe é muito útil”, explicou Taísa,
ressaltando um outro ponto importante para o aumento do número de técnicas: “Com
ela, é possível agregar alguém que cursa atualmente e Faculdade de Educação
Física (na Unigram, em Campo Grande-MS), e está fazendo cursos específicos para
se desenvolver como treinadora, com a bagagem que possui por ter sido uma
atleta de alto rendimento nas categorias de base".
Camila Cardoso, a terceira mulher atuando junto
ao corpo técnico, também realizou especialização para buscar seu espaço,
segundo Taisa: "Ela está fazendo mestrado na área de Ciências do Esporte,
na Unicamp (Campinas). Ano passado, trabalhou intensamente com a UniTM como
tutora, supervisionando a Emanuele e outros formadores que estevam oferecendo o
curso pela primeira vez. Agora, está exercendo o cargo de analista de seleções
olímpicas da CBTM, desempenhando um papel tanto técnico quanto administrativo
dentro dessa área".
O aumento do número de treinadoras é algo que
as mesa-tenistas brasileiras sonharam por muito tempo. "Essa inclusão é
muito importante. Quando eu era atleta, ainda nova, treinei por muitos anos sozinha.
Era a única menina e nunca tive uma técnica mulher, todos foram homens. Quando
me tornei atleta da categoria absoluto, aconteceu a mesma coisa. Portanto, fiz
a busca por essa meta na área de Educação Física. Me formei em 2015 e fiquei um
tempo fora do tênis de mesa. Quando retornei ao esporte, o fiz como técnica,
pensando em fazer diferente, trazer mais meninas para a função", afirmou
Emanuele, completando: "Para você ter uma ideia, no projeto do qual sou
gestora, em São José dos Pinhais-PR, tenho seis atletas meninas e 70 meninos.
Temos dois meninos e uma menina como técnicos, que são ainda acadêmicos. É
difícil trazer mulheres para o nosso esporte, imagine para o de alto
rendimento, para a CBTM. Caso não houvesse a política da UinTM, talvez não teria
recebido a indicação para atuar como formadora".
“Também joguei, sempre treinei com os homens.
Ter uma mulher tutora é muito importante para auxiliar essas mulheres. A troca
é muito boa, o ambiente se torna mais seguro, eu sei o que elas pensam. A mulher
é capaz. Na minha função, pude atestar que vi capacidade igual nas mulheres e
nos homens”, complementa Camila.
A inclusão de mulheres em cargos de relevância
técnica na modalidade é uma conquista feminina e mais uma das demonstrações de
como a CBTM atua para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Uma caminhada
para a igualdade entre os gêneros no tênis de mesa.
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