Oitavo
título em Pipeline foi conquistado após 30 anos do primeiro, Havaiano Seth
Moniz é vice-campeão em sua primeira final no CT, Miguel Pupo e Caio Ibelli
dividem o terceiro lugar nas semifinais.
Colaboração
de texto: João Carvalho/Gabriel Gontijo/©WSL
Colaboração de foto: Getty Images/Heff
O
onze vezes campeão mundial Kelly Slater escreveu mais um capítulo emocionante
na história do maior ídolo de todos os tempos. No mar épico do sábado, com ondas
de 8-12 pés em Pipeline, ele surfou tubos incríveis para colecionar a sua 56.a
vitória em etapas do World Surf League Championship Tour, com o maior placar do
Billabong Pro Pipeline, 18,77 a 12,53 pontos do havaiano Seth Moniz. O seu
oitavo título no templo sagrado do esporte, veio depois de 30 anos do primeiro
conquistado em 1992. Os brasileiros ficaram nas semifinais e começam a
temporada em terceiro lugar, com Miguel Pupo perdendo para Slater e Caio Ibelli
para Moniz.
Quem
larga na frente do ranking é Kelly Slater, que vai completar 50 anos de idade
no dia 11 de fevereiro, quando começa o prazo da próxima etapa do WSL
Championship Tour 2022, o Hurley Pro Sunset Beach, também na ilha de Oahu, no
Havaí. A última vitória de Kelly tinha sido em 2016 nos tubos de Teahupoo, no
Taiti. Já em Pipeline, o último título foi 8 anos atrás, em 2013. O sábado foi
mais um dia de ondas espetaculares e as condições estavam muito perigosas para
as mulheres competirem. As semifinais femininas ficaram então para o domingo,
com a primeira chamada marcada para as 7h50 no Havaí, 14h50 no Brasil.
“Eu
nem sei o que dizer. Eu estava lá dentro apenas dizendo a mim mesmo para curtir
cada momento, não importa quanta tensão houvesse, tinha só que respirar”, disse
Kelly Slater. “Eu até pensei que o Seth (Moniz) tinha virado, pelo barulho da
torcida, mas disse a mim mesmo para viver cada momento. Não achei por nenhum
segundo, que a vitória estava garantida e, se o Seth vencesse, seria uma grande
vitória para ele. Eu dediquei minha vida a tudo isso, então tentei apenas
aproveitar e esta é uma das melhores vitórias da minha vida”.
Kelly
Slater emocionado após a vitória sobre Seth Moniz (Crédito: ©WSL / Brent
Bielmann)
O
caminho para a 13ª final de Kelly Slater em Pipeline foi pelos tubos do
Backdoor. Só contra Kanoa Igarashi no primeiro duelo do sábado, Kelly tirou sua
maior nota – 7,67 – nas esquerdas de Pipe. Depois, somou um 8,33 nas direitas
para derrotar Miguel Pupo, que cometeu uma interferência no início da
semifinal. E foi também no Backdoor, que Kelly fez o maior placar do Billabong
Pro Pipeline, na decisão do título com Seth Moniz. O havaiano chegou em sua
primeira final no CT, também surfando tubos incríveis para derrotar o bicampeão
mundial John John Florence nas quartas de final e Caio Ibelli nas semifinais.
“Falei
com o Seth (Moniz) antes da final, para irmos surfar porque era isso que o
público queria ver, que era para isso que viemos surfar Pipeline”, disse Kelly
Slater. “Eu tinha me sentido um pouco estranho na bateria com o Miguel (Pupo),
embora tenha achado que eu estava no lugar certo. Eu não gosto de ganhar assim,
especialmente em Pipeline quando está bom, que você quer ter uma batalha um com
o outro”.
Decisão do título – A
grande final teve 40 minutos de duração e começou com uma série gigante vinda
do segundo reef de Banzai Pipeline. Slater pega uma morra no Backdoor, Seth
entra numa onda cavernosa também em Pipeline e ambos caem. Aos 10 minutos,
Kelly dropa no Backdoor, fica entocado lá dentro, as placas vão caindo, ele
anda muito no tubo e consegue sair, para largar na frente com nota 9,00. 10
minutos depois, ele faz outro tubão incrível no Backdoor para somar 7,17 e
Moniz segue falhando em suas ondas.
Kelly
Slater reinando nas direitas do Backdoor (Crédito: ©WSL / Tony Heff)
Enquanto o havaiano fica com a prioridade de escolher a próxima, Slater pega outro longo tubo no Backdoor e troca o 7,17 por 8,17. Seth enfim acha um tubo em Pipeline, mas sai quase deitado na espuma e só recebe 3,10. Faltando 2 minutos, Kelly vai de novo pro Backdoor num drop muito atrasado, bota pra dentro, some na cortina d´água e ressurge em pé, para selar a vitória com nota 9,77. Seth Moniz também surfa um tubaço no Backdoor que vale 9,43, fechando o placar em 18,77 x 12,53 pontos. O havaiano abraça o maior ídolo do esporte e sai do mar para carregar ele nos ombros pelas areias, atravessando a multidão até o pódio.
“Tivemos
um momento especial antes da nossa final, com ele (Kelly Slater) me dando força
para entrar na bateria, porque eu estava bem cansado. Mas, foi muito especial
compartilhar uma final com ele aqui em Pipeline”, disse Seth Moniz.
“Honestamente, eu me senti privilegiado vendo-o surfar embaixo de mim e, toda
onda que ele pegava era 8, 9, então eu ficava tipo: oh meu Deus, aqui vamos
nós. Eu estava muito cansado e cometi alguns erros graves, mas foi uma honra
fazer uma final com ele”.
Seth
Moniz nos tubos do Backdoor (Crédito: ©WSL / Tony Heff)
Brasil nas semifinais – Os
brasileiros Miguel Pupo e Caio Ibelli dividiram o terceiro lugar no Billabong
Pro Pipeline e foi o melhor resultado das suas carreiras nesta etapa. Miguel
havia chegado nas semifinais apenas uma vez em 10 anos no CT, na abertura da
temporada 2015 na Gold Coast, Austrália. Em Pipeline, só tinha alcançado as
quartas de final em 2013, no ano da última vitória de Slater lá. E esta foi a
primeira vez que Miguel chegou nas semifinais em Pipe, depois de passar pelo
peruano Lucca Mesinas no segundo confronto do sábado.
A
bateria contra Kelly Slater começou sem ondas e a primeira série só entrou aos
11 minutos. Os dois remaram para a onda, com Miguel se direcionando para a
esquerda e Kelly para a direita. Eles quase se chocam e os juízes assinalaram
que o brasileiro cometeu uma interferência, com a penalidade cortando metade de
uma das duas notas computadas. Slater ficou em pé primeiro na prancha e depois
surfou um tubaço no Backdoor que valeu 8,33.
Não
entraram muitas ondas na bateria, mas Miguel ainda fez dois bons tubos em
Pipeline. Ele até derrotaria Slater, se somasse as notas 6,33 e 4,50 recebidas.
Porém, com o corte do 4,50 pela metade, Kelly avançou para a sua 13ª final em
Pipeline por 9,76 a 8,50 pontos. Foi por pouco que Miguel Pupo não conseguiu
chegar em sua primeira decisão de título em etapas do CT, mas começou bem a
temporada com o terceiro lugar no Billabong Pro Pipeline.
Miguel
Pupo nas esquerdas de Pipeline (Crédito: ©WSL / Brent Bielmann)
“Foi
uma bateria difícil, bem disputada e fiquei feliz que eu não amarelei, fui pra
cima, braço a braço, borda a borda e acabou sendo uma interferência contra
mim”, disse Miguel Pupo, em entrevista para o Sportv. “Isso afetou um pouco a
bateria, mas, mesmo assim eu mantive a calma, tentei fazer minhas ondas e
infelizmente não foi suficiente. Eu queria começar o ano bem. Treinei bastante
pra isso e uma terceira colocação foi bom também. Agora é ir pra casa,
descansar e amanhã de manhã já estou de volta aos treinos para Sunset Beach”.
Miguel
também falou sobre a ótima estreia na elite do seu irmão mais jovem, Samuel
Pupo, que não achou boas ondas na quarta de final brasileira. Caio Ibelli
substituiu Gabriel Medina nesta etapa e surfou um bom tubo em Pipeline. outro
no Backdoor, para vencer por 11,67 a 1,63 pontos. “Ele (Samuel Pupo) começou
bem com uma quarta de final aqui em Pipeline e eu sabia que ele ia surpreender.
Fiquei feliz por ele ter derrotado grandes nomes do circuito, como o Jordy
Smith e outros tantos, então agora é se preparar para a próxima, que já começa
semana que vem em Sunset”, falou Miguel Pupo.
A
bateria brasileira que fechou as quartas de final, aconteceu logo após um duelo
havaiano que bombou altos tubos. Seth Moniz já começou com nota 9,60 na
primeira onda dele, mas o defensor do título do Billabong Pro Pipeline, John
John Florence, surfou dois tubaços que valeram 9,00 e 7,67 para passar a
frente. No entanto, Seth ainda pegou mais um insano, botou pra dentro e saiu
com nota 8,33, para sacramentar a vitória por 17,93 a 16,67 pontos do bicampeão
mundial. Na semifinal contra Caio Ibelli, Seth Moniz surfou os melhores tubos
que entraram na bateria, para passar para a sua primeira final da carreira por
13,50 a 6,33 pontos.
Caio
Ibelli conseguiu seu melhor resultado no CT de Pipeline (Crédito: ©WSL / Brent
Bielmann)
GRANDE
FINAL DO BILLABONG PRO PIPELINE:
Campeão: Kelly Slater (EUA) por 17,17 pontos (9,00+8,17) - US$ 80.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Seth Moniz (HAV) com 4,63 pts (3,10+1,53) - US$ 45.000 e 7.800 pontos
SEMIFINAIS
– 3º) lugar com 6.085 pontos e US$ 25.000:
1ª) Kelly Slater (EUA) 9,76 x 8,58 Miguel Pupo (BRA)
2ª) Seth Moniz (HAV) 13,50 x 6,33 Caio Ibelli (BRA)
QUARTAS
DE FINAL – 5º) lugar com 4.745 pontos e US$ 16.000:
1ª) Kelly Slater (EUA) 14,17 x 7,50 Kanoa Igarashi (JPN)
2ª) Miguel Pupo (BRA) 8,10 x 6,00 Lucca Mesinas (PER)
3ª) Seth Moniz (HAV) 17,93 x 16,67 John John Florence (HAV)
4ª) Caio Ibelli (BRA) 11,67 X 1,73 Samuel Pupo (BRA)
SEMIFINAIS
FEMININAS – 3º) lugar com 6.085 pontos e US$ 25.000:
1ª) Tyler Wright (AUS) x Moana Jones Wong (HAV)
2ª) Carissa Moore (HAV) x Lakey Peterson (EUA)
TOP22
DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022:
1º) Kelly Slater (EUA) – 10.000 pontos
2º) Seth Moniz (HAV) – 7.800
3º) Miguel Pupo (BRA) – 6.085
3º) Caio Ibelli (BRA) – 6.085
5º) Kanoa Igarashi (JPN) – 4.745
5º) John John Florence (HAV) – 4.745
5º) Samuel Pupo (BRA) – 4.745
5º) Lucca Mesinas (PER) – 4.745
9º) Filipe Toledo (BRA) – 3.320
9º) Italo Ferreira (BRA) – 3.320
9º) Jordy Smith (AFR) – 3.320
9º) Leonardo Fioravanti (ITA) – 3.320
9º) Callum Robson (AUS) – 3.320
9º) João Chianca (BRA) – 3.320
9º) Carlos Munoz (CRI) – 3.320
9º) Barron Mamiya (HAV) – 3.320
17º) Conner Coffin (EUA) – 1.330
17º) Griffin Colapinto (EUA) – 1.330
17º) Frederico Morais (PRT) – 1.330
17º) Jack Robinson (AUS) – 1.330
17º) Deivid Silva (BRA) – 1.330
17º) Ethan Ewing (AUS) – 1.330
outros sulamericanos:
17º) Miguel Tudela (PER) – 1.330 pontos
33º) Gabriel Medina (BRA) – 265
33º) Yago Dora (BRA) – 265
33º) Jadson André (BRA) – 265
Kelly Slater venceu pela oitava vez em Pipe. |
Colaboração de foto: Getty Images/Heff
Enquanto o havaiano fica com a prioridade de escolher a próxima, Slater pega outro longo tubo no Backdoor e troca o 7,17 por 8,17. Seth enfim acha um tubo em Pipeline, mas sai quase deitado na espuma e só recebe 3,10. Faltando 2 minutos, Kelly vai de novo pro Backdoor num drop muito atrasado, bota pra dentro, some na cortina d´água e ressurge em pé, para selar a vitória com nota 9,77. Seth Moniz também surfa um tubaço no Backdoor que vale 9,43, fechando o placar em 18,77 x 12,53 pontos. O havaiano abraça o maior ídolo do esporte e sai do mar para carregar ele nos ombros pelas areias, atravessando a multidão até o pódio.
Campeão: Kelly Slater (EUA) por 17,17 pontos (9,00+8,17) - US$ 80.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Seth Moniz (HAV) com 4,63 pts (3,10+1,53) - US$ 45.000 e 7.800 pontos
1ª) Kelly Slater (EUA) 9,76 x 8,58 Miguel Pupo (BRA)
2ª) Seth Moniz (HAV) 13,50 x 6,33 Caio Ibelli (BRA)
1ª) Kelly Slater (EUA) 14,17 x 7,50 Kanoa Igarashi (JPN)
2ª) Miguel Pupo (BRA) 8,10 x 6,00 Lucca Mesinas (PER)
3ª) Seth Moniz (HAV) 17,93 x 16,67 John John Florence (HAV)
4ª) Caio Ibelli (BRA) 11,67 X 1,73 Samuel Pupo (BRA)
1ª) Tyler Wright (AUS) x Moana Jones Wong (HAV)
2ª) Carissa Moore (HAV) x Lakey Peterson (EUA)
1º) Kelly Slater (EUA) – 10.000 pontos
2º) Seth Moniz (HAV) – 7.800
3º) Miguel Pupo (BRA) – 6.085
3º) Caio Ibelli (BRA) – 6.085
5º) Kanoa Igarashi (JPN) – 4.745
5º) John John Florence (HAV) – 4.745
5º) Samuel Pupo (BRA) – 4.745
5º) Lucca Mesinas (PER) – 4.745
9º) Filipe Toledo (BRA) – 3.320
9º) Italo Ferreira (BRA) – 3.320
9º) Jordy Smith (AFR) – 3.320
9º) Leonardo Fioravanti (ITA) – 3.320
9º) Callum Robson (AUS) – 3.320
9º) João Chianca (BRA) – 3.320
9º) Carlos Munoz (CRI) – 3.320
9º) Barron Mamiya (HAV) – 3.320
17º) Conner Coffin (EUA) – 1.330
17º) Griffin Colapinto (EUA) – 1.330
17º) Frederico Morais (PRT) – 1.330
17º) Jack Robinson (AUS) – 1.330
17º) Deivid Silva (BRA) – 1.330
17º) Ethan Ewing (AUS) – 1.330
outros sulamericanos:
17º) Miguel Tudela (PER) – 1.330 pontos
33º) Gabriel Medina (BRA) – 265
33º) Yago Dora (BRA) – 265
33º) Jadson André (BRA) – 265
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