Dedicação de todo um ciclo é resumida em um
curto período, mas, para ele, a competição prioriza a melhor preparação
realizada ao longo dos quatro anos.
Colaboração
de texto: Nelson Ayres/Fato&Ação
Colaboração de foto: Alaor Filho/AGIF/COB
Jogar uma Olimpíada, segundo Guilherme Toldo, é
resumir toda a preparação de quatro anos do atleta olímpico em um dia de
competição – no seu caso, o dia 26 de julho (noite de 25 no horário
brasileiro), quando acontece o torneio individual de florete masculino. É no
momento do combate na pista que o esgrimista precisa “jogar todas as cartas” em
busca de um bom resultado. Para ele, porém, sai na frente quem mais se empenha
– por isso, o brasileiro quer depositar seu planejamento e a experiência dos
Jogos de Londres e do Rio para chegar longe em Tóquio.
Os últimos meses de Toldo foram de muito foco.
Seus treinamentos se mantiveram firmes mesmo durante os períodos mais
restritivos da pandemia, adaptando a dinâmica para não perder o ritmo. O atleta
acredita que isso pode ser um diferencial e já colheu frutos na oportunidade
que teve de se colocar à prova, ao conquistar um lugar entre os oito melhores
do Grand Prix de Florete.
Sua confiança também está em dia e ele entende
o peso que é disputar uma Olimpíada. Toldo vai para a sua terceira edição dos
Jogos e sabe o quanto se deposita nos 15 toques da disputa eliminatória na
competição. “A vida do atleta olímpico é assim. Uma preparação durante quatro
anos, você busca colher as melhores sensações, os melhores resultados possíveis
para chegar no fim do ciclo olímpico classificado para os Jogos e em condições
de alcançar um bom resultado. Entendo a situação como uma consequência do nosso
trabalho, da vida de atleta olímpico”, afirma.
Ainda assim, não é uma situação simples para o
atleta, tenha ele a qualidade que for. O brasileiro pondera que somente um
competidor olímpico sabe o peso de representar seu país para milhões de
pessoas, que o assistem com muita expectativa. Cada ponto e cada toque
importam, ao mesmo tempo em que cada erro tem um grande valor. “Realmente, essa
situação de competir durante quatro anos e jogar todas as cartas em um dia na
competição mais importante, os Jogos Olímpicos, é uma situação um pouco
delicada. As pessoas de fora, de repente, acabam não entendendo a real situação
que os atletas vivem naquele momento. O quão importante é uma boa apresentação,
o quanto se treinou para chegar naquele momento”, conta.
Mas Toldo entende que o esporte recompensa quem
se prepara melhor. Por esse motivo, ele conta com uma equipe multidisciplinar
de profissionais que o preparam fisicamente, tecnicamente e mentalmente. Nos
treinamentos, o trabalho é para corrigir seus erros, potencializar suas
habilidades e aproveitar até o último segundo para se manter inteiro e
disposto. Segundo o esgrimista, essa é a melhor receita para colher frutos na
competição e provar seu valor para os torcedores.
“É difícil explicar esse tipo de relação porque
as pessoas não têm esse contato com a vida do atleta olímpico. Mas a
experiência conta muito na esgrima, assim como em vários outros esportes. E
venho me preparando para esse tipo de situação. A maneira mais adequada para
explicar para quem não faz parte desse ambiente é que o esporte de competição é
meritocrático. Dá méritos para quem se esforça, se empenha mais. E também para
quem está mais pronto naquele dia específico. É uma situação muito especial da
vida do atleta olímpico”, reforça Guilherme Toldo.
Primeiro
treino
Toldo e Nathalie Moellhausen fizeram o primeiro
treino em solo japonês nesta segunda-feira (19), na sala de treinamento do
Makuhari Messe, em Tóquio. A espadista será a primeira a estrear nos Jogos, na
noite de sexta-feira (23), no horário brasileiro. Dois dias depois, é a vez de
o esgrimista gaúcho entrar em ação.
Guilherme Toldo compete na noite domingo. |
Colaboração de foto: Alaor Filho/AGIF/COB
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