terça-feira, 20 de julho de 2021

Guilherme Toldo fala sobre a pressão de disputar uma Olimpíada

Dedicação de todo um ciclo é resumida em um curto período, mas, para ele, a competição prioriza a melhor preparação realizada ao longo dos quatro anos.

Guilherme Toldo compete na noite domingo.
Colaboração de texto: Nelson Ayres/Fato&Ação
Colaboração de foto: Alaor Filho/AGIF/COB
 
Jogar uma Olimpíada, segundo Guilherme Toldo, é resumir toda a preparação de quatro anos do atleta olímpico em um dia de competição – no seu caso, o dia 26 de julho (noite de 25 no horário brasileiro), quando acontece o torneio individual de florete masculino. É no momento do combate na pista que o esgrimista precisa “jogar todas as cartas” em busca de um bom resultado. Para ele, porém, sai na frente quem mais se empenha – por isso, o brasileiro quer depositar seu planejamento e a experiência dos Jogos de Londres e do Rio para chegar longe em Tóquio.
 
Os últimos meses de Toldo foram de muito foco. Seus treinamentos se mantiveram firmes mesmo durante os períodos mais restritivos da pandemia, adaptando a dinâmica para não perder o ritmo. O atleta acredita que isso pode ser um diferencial e já colheu frutos na oportunidade que teve de se colocar à prova, ao conquistar um lugar entre os oito melhores do Grand Prix de Florete.
 
Sua confiança também está em dia e ele entende o peso que é disputar uma Olimpíada. Toldo vai para a sua terceira edição dos Jogos e sabe o quanto se deposita nos 15 toques da disputa eliminatória na competição. “A vida do atleta olímpico é assim. Uma preparação durante quatro anos, você busca colher as melhores sensações, os melhores resultados possíveis para chegar no fim do ciclo olímpico classificado para os Jogos e em condições de alcançar um bom resultado. Entendo a situação como uma consequência do nosso trabalho, da vida de atleta olímpico”, afirma.
 
Ainda assim, não é uma situação simples para o atleta, tenha ele a qualidade que for. O brasileiro pondera que somente um competidor olímpico sabe o peso de representar seu país para milhões de pessoas, que o assistem com muita expectativa. Cada ponto e cada toque importam, ao mesmo tempo em que cada erro tem um grande valor. “Realmente, essa situação de competir durante quatro anos e jogar todas as cartas em um dia na competição mais importante, os Jogos Olímpicos, é uma situação um pouco delicada. As pessoas de fora, de repente, acabam não entendendo a real situação que os atletas vivem naquele momento. O quão importante é uma boa apresentação, o quanto se treinou para chegar naquele momento”, conta.
 
Mas Toldo entende que o esporte recompensa quem se prepara melhor. Por esse motivo, ele conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais que o preparam fisicamente, tecnicamente e mentalmente. Nos treinamentos, o trabalho é para corrigir seus erros, potencializar suas habilidades e aproveitar até o último segundo para se manter inteiro e disposto. Segundo o esgrimista, essa é a melhor receita para colher frutos na competição e provar seu valor para os torcedores.
 
“É difícil explicar esse tipo de relação porque as pessoas não têm esse contato com a vida do atleta olímpico. Mas a experiência conta muito na esgrima, assim como em vários outros esportes. E venho me preparando para esse tipo de situação. A maneira mais adequada para explicar para quem não faz parte desse ambiente é que o esporte de competição é meritocrático. Dá méritos para quem se esforça, se empenha mais. E também para quem está mais pronto naquele dia específico. É uma situação muito especial da vida do atleta olímpico”, reforça Guilherme Toldo.
 
Primeiro treino
 
Toldo e Nathalie Moellhausen fizeram o primeiro treino em solo japonês nesta segunda-feira (19), na sala de treinamento do Makuhari Messe, em Tóquio. A espadista será a primeira a estrear nos Jogos, na noite de sexta-feira (23), no horário brasileiro. Dois dias depois, é a vez de o esgrimista gaúcho entrar em ação.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário