terça-feira, 13 de abril de 2021

De olho em Tóquio, Marco Túlio Gregório busca ritmo no Pan de Santo Domingo

Mineiro da categoria 96kg não parou de treinar “em nenhum momento” mas sofreu para manter alimentação regrada e massa muscular.

Marco Túlio segue buscando a vaga olímpica.
Colaboração de texto: Nelson Ayres/Fato&Ação Comunicação
Colaboração de foto: ©Wander Roberto/COB
 
Em reta final de preparação, os atletas do levantamento de pesos chegam ao Campeonato Pan-Americano 2021 de olho em Tóquio. A abertura acontece no próximo domingo (18), em Santo Domingo, na República Dominicana, e é uma das competições que valem pontos para o ranking olímpico. Um dos brasileiros que estarão competindo, Marco Túlio Gregório, da categoria 96kg, tenta recuperar o ritmo pré-pandemia e buscar seu lugar entre os representantes do Brasil na Olimpíada deste ano. A disputa da categoria dele acontece no dia 22.
 
Gregório é um dos sete brasileiros que disputam vagas em Tóquio. Além dele, tentam também Fernando Reis, Serafim Veli, Rosane Santos, Jaqueline Ferreira, Natasha Rosa e Luana Madeira. O mineiro, porém, se diz ansioso pelo ciclo olímpico e destacou as barreiras que a pandemia da Covid-19 trouxe para sua preparação. “Espero que dê tudo certo para realizar essa classificação para Tóquio. Eu estou bem ansioso. A expectativa fica lá no alto. Mas é seguir trabalhando, né? É um caso atípico, mas é ver o que acontece. É voltar ao trabalho de antes e dar sequência a ele. Até porque o ciclo olímpico não para. Em 2021, já embalamos para 2024. Tem que ter cabeça”, comenta Gregório.
 
Mesmo durante o período de maior isolamento e com mais restrições em 2020, o atleta não parou de treinar “em nenhum momento” e seguiu com preparação “forte, em planejada e planificada”. Ainda assim, segundo ele, há o desafio de voltar ao condicionamento anterior. Gregório explica que o ano de 2019 foi recheado de competições e, por isso, ele estava “bem calejado”. No ano seguinte, aconteceu o inverso. “A gente estava no ápice da performance no final de 2019 e no início de 2020, quando veio a pandemia. Tudo teve que ser muito bem conversado e acertado, as cargas. Até porque, praticamente durante um ano, não tivemos referência do que está sendo feito nas competições. Foi bem angustiante esse período, uma frustração bem grande”, ressaltou Marco Túlio Gregório.
 
Resistência na alimentação
 
Um dos seus principais desafios neste período sem competições, em 2020, foi manter o ritmo na alimentação. Com uma carga de treinos menos intensa, a fome também não era tão grande e a dificuldade estava em manter seu percentual de massa muscular sem ganhar gordura. Questionado sobre em que ponto precisaria melhorar, Gregório respondeu: “Comer mais, mais e mais”.
 
“Manter o peso na pandemia foi difícil. Eu perco peso muito fácil, então diminuir a carga de treinamento abaixou bastante também o nível de massa magra. E comecei a ganhar gordura, né? E para a gente que faz força, quanto mais massa muscular, melhor. Isso, para mim, foi o ponto mais difícil. Diminuindo a carga de treinos, não sinto tanta fome”, contou.
 
“Tive de comer forçado, fazer força para comer. Comer não chega a ser um sacrifício, mas tem que ter disciplina. Não adianta você voltar de um período desses, definhado, e voltar a levantar as cargas que estava levantando na alta performance. Elas não vão sair do chão”, completou Gregório.
 
Planejamento até o auge
 
Apesar da corrida pela classificação para as Olimpíadas de Tóquio, no entanto, a projeção do mineiro para a melhor fase de sua carreira é de médio a longo prazo. Marco Túlio Gregório afirma que ainda está “longe do auge” e planeja atingi-lo nos próximos ciclos olímpicos.
 
“A gente não sabe do futuro, né? Mas acho que ainda estou longe do auge. Creio que para a próxima Olimpíada, em 2024, ou até em 2028, aí sim”, define. Para 2021, a primeira meta do atleta já foi estipulada: “Penso que posso chegar entre os dez, treinando, independentemente de quem classifique”, finaliza.

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