Seis remadores e velejadores do RJ e ES saíram
no dia 24 de Arraial D´Ajuda (BA) e planejam finalizar uma das maiores
expedições em torno dos dias 9 e 10.
Tripulação em Regência com grupo de salvavidas. |
Colaboração
de texto e foto: Fabrizzio Gallas/Gallas Press
Depois de passarem a virada do ano em Regência,
ao norte do Espírito Santo, a 4ª edição da Expedição Anamauê segue para
Niterói, no Rio de Janeiro. Eles saíram no último dia 24, da sede da Canoa
Polinésia Pataxó, em Arraial D´Ajuda, no sul da Bahia, com destino a praia de
Jurujuba, na base do Centro de Estudos do Mar (CEM), em Niterói, onde planejam
chegar entre os dias 9 e 10.
Seis remadores e velejadores - três do estado
do RJ e o restante do ES - já percorreram mais de 650 milhas nauticas, cercade
1.000km. Alguns ajustes foram feitos no planejamento como conta o niteroiense
Douglas Moura: "Tivemos uma frente fria no domingo, dia 3, na região sul
do ES, então nosso planejamento é ficarmos mais um dia lá e seguir uma perna
maior para Marataízes ao invés de pararmos em Guarapari. Depois nosso
planejamento é seguir para São João da Barra (RJ) e aí cruzamos o Cabo de São
Thomé (região de Campos) que é o grande desafio de nossa navegação onde
precisamos cruzar na hora certa, é um jogo de xadrez muito importante pra gente
aquela região. Depois iremos para Macaé, Arraial do Cabo e estamos planejando
ir direto de Arraial do Cabo para Niterói no que seria nossa maior navegação e
milhagem náutica. Seria mais três dias no Espírito Santo e mais três até quatro
dias no litoral do Rio de Janeiro", detalhou.
Dos nove dias de expedição até aqui, eles
navegaram e remaram em sete deles. O primeiro destino foi a praia de Corumbau,
no município de Prado (BA), depois desembarcaram na praia do Prado (BA).
Condições ruins impediram que a tripulação saísse no dia 26. No dia 27 foram
para Nova Viçosa navegando e remando por 80km. Na segunda-feira tiveram que
abortar a chegada na divisa com o Espírito Santo por uma tempestade e
desembarcaram na praia de Mucuri, a Costa Dourada. O último trajeto antes da
virada do ano foi até Regência, o maior deles com 100km onde aportaram na base
da Canoa Polinésia Pataxó, comandada por Ranin Thomé, um dos líderes da 4ª
Expedição Anamauê.
"Nesses dias tivemos que lidar com
embarques e desembarques bem complicados no sul da Bahia na Costa Dourada e na
entrada da Barra Nova que veio testando as habilidades da tripulação em tomadas
de decisão e habilidades técnicas ao longo de todos os anos que temos de
mar", apontou Ranin.
O trajeto é inédito percorrendo o litoral sul
da Bahia, todo o litoral do Espírito Santo, Norte, Região dos Lagos no Rio de
Janeiro com previsão de chegada final é entre os dias 9 e 10. Os tripulantes
estão dias inteiros no mar sem o auxílio de equipamentos eletrônicos, apenas
bússola e carta náutica.
Ela está sendo feita por intermédio de uma
canoa havaiana V6 adaptada com duas velas que ficou pronta em parceria com a
CORE VA´A.
A expedição pode ser acompanhada pelo
aplicativo SPOT pelo link https://maps.findmespot.com/s/FZ3J e também pelo
instagram da equipe @anamauevaa com fotos, vídeos e stories.
Os atletas estão levando seus mantimentos e
equipamentos de dormir para quando não tiverem abrigo poderem dormir nas
praias mais remotas pelo litoral.
Confira a
programação do trajeto dos remadores e velejadores:
Dia 24/12
Arraial D´Ajuda - Ponta do Corumbaú (BA): 30 milhas náuticas
Dia 25/12 Ponta do Corumbau (BA) - Prado (BA): 30 milhas
Dia 26/12 - Sem navegação - Condições ruins do mar
Dia 27 Prado (BA) - Nova Viçosa (BA)
Dia 28 Nova Viçosa (BA) - Mucuri (BA)
Dia 29 Mucuri (BA) - Barra Nova (ES): 30 Milhas Náuticas
Dia 30/12 Barra Nova - Regência (ES) : 54 Milhas Náuticas
02/01 Regência (ES) - Vitória (ES): 40 Mn
9º Dia - Vitória (ES) - Marataízes (ES): 55 Mn
10º Marataízes (ES) Barra de São João (RJ): 35 Mn
11º São João da Barra (RJ) Campos (RJ): 30 Mn
12º Campos (RJ) Macaé (RJ): 35 Mn
13º Macaé (RJ) Arraial do Cabo (RJ): 55 Mn
14º Arraial do Cabo (RJ) Niterói (RJ): 65 Mn
Tripulação:
Douglas Moura, natural de Niterói (RJ), mora em Jurujuba, tem 39 anos, fundador do Icarahy Canoa Clube, Niihau Aventuras Controladas e do Centro de Estudos do Mar. Capitão Amador, co-fundador do Anamauê e desbravador de diversas rotas de navegação de canoa havaiana e polinésia. Ele é atleta de Canoa Havaiana desde 2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A (maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge (Canadá); Lotus VA`A Challenge.
Ranin Thomé, 31 anos, natural de Regência (ES),
é oceanógrafo, instrutor e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme. Apaixonado por
canoa polinésia e com experiência em velejadas, construção de canoas e longas
travessias.
Dayana Gualberto, de 33 anos, reside em
Regência (ES) . Professora e instrutura de Va´A do CPP Extreme . Idealizadora
do projeto social Cablocos para o Planeta , experiências em travessias de vela
oceânica e canoa polinésia.
Tavo Calfat, natural de Niterói (RJ), 47 anos,
desenhista industrial, velejador desde os sete anos e remador de canoa desde os
2007. Passou boa parte da vida em barcos à vela, já realizou travessias
oceânicas e inúmeras travessias menores. Na canoa tem títulos na Volta de
Ilhabela (SP) e Rei de Búzios (RJ) onde mora hoje em dia.
Daniel Gomez Gnone, 25 anos, natural do Rio de
Janeiro. Engenheiro de Produção. Fundador do Granolas Mauka e remador do
Calango Wa´A. Amante da natureza e do Va´A, tendo sido criado em contato com o
mar, desenvolve projetos de reciclagem de plástico para a produção de peças
para navegação.
Barbara Guimarães, de 29 anos, nasceu em Sto.
André (SP), se radicou e, Vitória (ES), é oceanógrafa, instrutora e atleta de
Va´A, do clube CPP Extreme . Apaixonada por canoa havaiana e com experiência de
longas travessias.
Sobre a
Canoa Havaiana
Canoa Havaiana ou Polinésia, são nomes para
determinar o esporte que surgiu na região polinésia e que originalmente é
conhecido como Va´A, Wa´A ou Waka. A cultura da canoa existe há mais de 3 mil
anos e elas foram inicialmente usadas pelos povos polinésios com a necessidade
de colonizar novas terras na região polinésia, conjunto de ilhas do Pacífico
que incluem Tahiti, Havaí.
Os povos polinésios usavam canoas como meio de
transporte entre as ilhas e cada povoado construía suas canoas com
características locais. No Havaí, que possui mar agitado, as canoas possuem
curvatura de fundo envergada, e no Tahiti, as canoas possuem formato mais
alongado e cockpit fechado.
No Brasil a cultura da prática do esporte da
canoa havaiana ou polinésia só aumenta no decorrer dos anos para travessias,
expedições e competições com destaques para clubes de canoas no litoral do Rio
de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Somente em Niterói (RJ) são 33 clubes
de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes,
cerca de 1.500 remadores.
Dia 25/12 Ponta do Corumbau (BA) - Prado (BA): 30 milhas
Dia 26/12 - Sem navegação - Condições ruins do mar
Dia 27 Prado (BA) - Nova Viçosa (BA)
Dia 28 Nova Viçosa (BA) - Mucuri (BA)
Dia 29 Mucuri (BA) - Barra Nova (ES): 30 Milhas Náuticas
Dia 30/12 Barra Nova - Regência (ES) : 54 Milhas Náuticas
02/01 Regência (ES) - Vitória (ES): 40 Mn
9º Dia - Vitória (ES) - Marataízes (ES): 55 Mn
10º Marataízes (ES) Barra de São João (RJ): 35 Mn
11º São João da Barra (RJ) Campos (RJ): 30 Mn
12º Campos (RJ) Macaé (RJ): 35 Mn
13º Macaé (RJ) Arraial do Cabo (RJ): 55 Mn
14º Arraial do Cabo (RJ) Niterói (RJ): 65 Mn
Douglas Moura, natural de Niterói (RJ), mora em Jurujuba, tem 39 anos, fundador do Icarahy Canoa Clube, Niihau Aventuras Controladas e do Centro de Estudos do Mar. Capitão Amador, co-fundador do Anamauê e desbravador de diversas rotas de navegação de canoa havaiana e polinésia. Ele é atleta de Canoa Havaiana desde 2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A (maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge (Canadá); Lotus VA`A Challenge.
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