Atleta supera os transtornos com a vizinhança
na pandemia. Barulho nos treinos acabou atrapalhando no início da pandemia, mas
destaque nas categorias de base do levantamento de pesos mostra-se determinada.
Colaboração de texto e foto: Nelson Ayres/Fato&Ação Comunicação
Luana Madeira está pronta para o principal
desafio de sua carreira. A jovem mineira, que completa 23 anos no dia 31, é uma
das principais promessas do levantamento de pesos do Brasil, somando três
vice-campeonatos mundiais nas categorias de base (um sub-17 e dois sub-20).
Agora, a meta é outra: chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Para isso, teve até de superar a reclamação dos
vizinhos durante a pandemia. Vigésima colocada no ranking olímpico da categoria
49kg, Luana precisou se adaptar durante este tempo. O levantamento de pesos não
é propriamente, o esporte mais silencioso do mundo e isso incomodou os
vizinhos, causando transtornos para a atleta. “Fiquei meses treinando em um
galpão, onde não podia fazer barulho para treinar e também não podia errar ou
jogar peso no chão. Depois, eu consegui me mudar para um box de Crossfit,
pagando um valor mensal, treinando sozinha, somente com contato do treinador
por vídeo. Muitas vezes pensei em desistir, e me senti sozinha e triste. Ainda
me sinto, mas tudo que penso é lutar pelo sonho. Não deixei de treinar um dia
sequer. Eu não vou desistir, até o último minuto”, lembra, determinada a
conquistar o tão sonhado carimbo no passaporte olímpico.
Luana teve de mudar seus treinamentos. Precisou
se adaptar aos exercícios online, com o técnico David Montero. “São dez meses
em contato do treinador por vídeo. Se fosse antigamente, talvez não conseguiria
treinar. Visualizamos os exercícios e tentamos acompanhar. Não tem nenhum
exercício difícil de acompanhar, o mais difícil é treinar sem companheiros.
Apesar de o esporte ser individual, é bom ter uma equipe e treinar em equipe”,
explica.
A atleta faz questão de agradecer ao apoio
recebido da Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos e da Secretaria
Especial de Esportes. Diz sentir falta das viagens para competir e se prepara
para brilhar no esporte: “É uma situação que jamais imaginei passar e que iria
durar tanto tempo. Foi o ano mais difícil de toda minha carreira, e com certeza
para todos os atletas. Apesar de tudo, sempre penso que posso aguentar um
pouco. Sou resistente para aguentar o processo. A única certeza que tenho é que
em algum momento as coisas vão dar certo. Pode ser amanhã, daqui a meses, mas o
momento de brilhar vai chegar. E tudo o que desejo é estar bem neste momento”.
Luana teve de superar a reclamação dos vizinhos para treinar. |
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