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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Ciclista Genildo Oliveira é resgatado no Rio de Janeiro

Após um surto psicótico, ciclista pedalou por 13 dias, sem beber e sem comer nada, até a cidade de Lavrinha, no Rio de Janeiro, onde foi socorrido pela Polícia Rodoviária Federal e levado para um hospital.

O ciclista pedalou por 13 dias e 13 noites sem beber e sem comer.
Por: Miguel Brusell
Fotos: FBC e Arquivo Cesar Rocha

O hexa-campeão baiano de ciclismo, Genildo de Jesus Oliveira já está retornando para Salvador, junto com a sua filha que teve que ir busca-lo de carro, já que não foi possível outro meio de transporte, porque estão todos parados devido à pandemia do Coronavirus. Atualmente com 55 anos, Genildo começou no ciclismo no final da década de 70 e conquistou seus seis títulos de campeão baiano da elite nos anos 80.

Apesar de ter ficado alguns anos sem correr devido ao trabalho, Genildo nunca abandonou o ciclismo, sempre voltando a competir e disputando provas nas categorias Máster e Sênior. Diagnosticado com problemas psicológicos, o ciclista começou a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo dia e a fazer períodos de jejum para se purificar.

Genildo teve auge nos anos 80, conquistando seis títulos baianos.
Devido às provas de ciclismo, parou de tomar os remédio para controlar a sua psicopatia que, segundo ele, os deixava lerdo. Após três anos sem tomar remédios, o ciclista se alimentou pela última vees no dia 26 de Março, pegou a bike na madruga do dia 27 e sumiu de casa sem documentos, sem dinheiro e sem comunicar para onde iria. Logo começou uma busca entre familiares, com apoio do presidente da Federação Baiana de Ciclismo, Orlando Shimith.

Dada a queixa de desaparecido, foi emitido o alerta e se intensificou a procura pelo ciclista. A primeira notícia que apareceu foi de um ciclista que tentou alimentá-lo na cidade de Lavrinha, no Rio de Janeiro, mas ele não aceitou e disse que iria passar 40 dias e 40 noites pedalando sem se alimentar e beber água, com o objetivo de ir a São Paulo e voltar para Salvador.

A FBC deu a queixa na DPP de desaparecimento de Genildo.
Já bastante debilitado, com a bike com o câmbio quebrado, o ciclista foi resgatado pela Polícia Rodoviária Federal, no dia 9 de Abril, pedalando, apenas com uma catraca e uma coroa, numa região de muitas serras, no Rio de Janeiro. Levado para o hospital, o ciclista seguiu recusando alimentação e água por três dias, sendo hidratado com soro.

Com muitas queimaduras de sol, principalmente nas pernas, o ciclista queria continuar, mas o médico avisou ao presidente da FBCiclismo que se ele voltasse para a estrada iria morrer em um dia por inanição e desidratação. A aventura do ciclista ainda não tinha acabado porque o médico não podia mantê-lo no hospital por muitos dias e não tinha como comprar passagem para mandá-lo de volta para Salvador, porque o sistema de transporte está parado devido à pandemia do Coronavirus.

Para resgatá-lo, a FBCiclismo fez uma vaquinha e conseguiu dinheiro para que a filha do ciclista fosse, de carro, junto com o marido, resgatar o pai no estado do Rio de Janeiro. Já se alimentando, Genildo está bastante debilitado, mas, neste momento, já deve ter chegado em casa.

Genildo foi resgatado com a mesma bike e roupa que participou da última etapa do ano passado.

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